Cenário nas emergências de Porto Alegre continua crítico

Cenário nas emergências de Porto Alegre continua crítico

Na manhã desta quarta-feira as emergências operavam com 192% de lotação. A Secretaria Estadual da Saúde pretende lançar o Plano Estadual de Contrarreferência em maio

Correio do Povo

Superlotação de emergências hospitalares e UPAs de Porto Alegre

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O cenário nas emergências de Porto Alegre continua crítico. Na manhã desta quarta-feira, a lotação passava dos 192%.

O Pronto Atendimento da Cruzeiro do Sul operava com uma lotação de 400% e o Pronto Atendimento Bom Jesus com 300%. A emergência do Hospital de Clínicas de Porto Alegre estava com 219%, o Instituto de Cardiologia 228%, e o Hospital São Lucas da Pucrs com 290% de lotação.

Para lidar com essa sobrecarga e aliviar a pressão sobre os serviços de urgência e emergência, as secretarias Municipal e Estadual estão atuando na transferência de pacientes menos graves para as cidades de origens. A prefeitura de Porto Alegre mobilizou os veículos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para essa finalidade. Até essa quarta-feira, 44 transferências já haviam sido autorizadas.

Em uma tentativa de melhorar a gestão da demanda e otimizar o uso dos recursos, a secretária da Saúde, Arita Bergmann, junto com gestores municipais e regionais, se reuniram para avançar na discussão de um Plano Estadual de Contrarreferência. Esse plano visa não só melhorar a ocupação dos leitos hospitalares na Capital, mas também estabelecer protocolos para a transferência de pacientes menos graves para seus municípios ou regiões de origem.

A proposta, desenvolvida em colaboração entre as equipes técnicas da Secretaria da Saúde, Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre e Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems), prevê que os pacientes menos graves sejam encaminhados para unidades básicas de saúde ou serviços menos especializados após receberem o tratamento adequado. O transporte de contrarreferência e outras questões relacionadas ao retorno do paciente serão de responsabilidade do município de residência.

Para garantir uma transferência segura, os hospitais de média complexidade poderão encaminhar os pacientes de contrarreferência para leitos de retaguarda, conforme a necessidade e mediante regulação médica. O plano será implementado por macrorregião de saúde, começando pela Região Metropolitana e se expandindo para outras áreas posteriormente, com a previsão de lançamento em maio.

A secretária Arita Bergmann ressalta a importância de evoluir na regulação de leitos clínicos e na criação de interoperabilidade entre os hospitais para uma gestão mais eficiente da demanda e dos recursos disponíveis.

“Nos dois últimos anos, trabalhamos para implantar o sistema de referência de atendimentos no Rio Grande do Sul. Hoje temos um mapa das referências no Estado constituídas por regiões de saúde, macrorregiões da média a alta complexidade, de consultas a internações”, ressaltou Arita Bergmann. “Agora precisamos evoluir na regulação de leitos clínicos e criar interoperabilidade entre os hospitais”.

O secretário de saúde de Porto Alegre, Fernando Ritter afirma que a proposta vai refletir positivamente tanto na Capital quanto na Região Metropolitana. “Tudo aquilo que vínhamos discutindo desde a semana passada agora está estruturado nesta proposta de plano de contrarreferência do Estado, que vai ajudar a desafogar as emergências não apenas de Porto Alegre, mas também as emergências dos hospitais da Região Metropolitana a colocar o paciente de alta complexidade na capital e receber seus pacientes de média complexidade, através da nossa ferramenta de monitoramento de leitos em tempo real que estamos trazendo para o estado”, disse Ritter.


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