Comissão debate falta de serviços de saúde de alta e média complexidade no Litoral Norte do RS

Comissão debate falta de serviços de saúde de alta e média complexidade no Litoral Norte do RS

Prefeitos e vereadores alegam que o número de moradores nas praias gaúchas aumentou, sobrecarregando o sistema de saúde

Felipe Samuel

Comissão criticou falta de investimentos em serviços públicos de saúde de média e alta complexidade

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Em reunião da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, nesta quarta-feira, prefeitos, deputados, vereadores e especialistas voltaram a criticar a falta de investimentos e de serviços públicos de média e alta complexidade aos moradores do Litoral Norte do Estado. Por conta da pandemia do novo coronavírus, prefeitos e vereadores alegam que o número de moradores nas praias gaúchas aumentou, sobrecarregando o sistema de saúde.

O deputado Guilherme Pasin (PP), que propôs a audiência, afirmou que a situação no setor se agravou no pós-pandemia, com os habitantes do Litoral Norte clamando por serviços mais próximos, ao invés de necessitar de transporte para a Capital em busca de tratamento em hospitais referência. Ele defende melhorias nos serviços de alta e média complexidade em oncologia e cardiologia de hospitais do Litoral Norte. “Ninguém quer ambulacioterapia”, afirmou.

O deputado Pasin encaminhou a ata da audiência à Secretaria de Saúde, solicitando um cronograma para reverter a situação da falta de leitos, especialmente para alta complexidade. O vereador Gibraltar Vidal (PP), do município de Torres, reforçou que os 23 municípios que compõem a região fazem investimentos acima do percentual constitucional previsto de 15%, oferecendo à população serviços que são de responsabilidade do Estado, como pronto-atendimento e exames de imagens complementares.

Segundo ele, Torres arca com investimentos de mais de R$ 10 milhões com serviços de saúde de responsabilidade do estado. Vital informou que os serviços de oncologia, UTI pediátrica, cardiologia são os mais demandados pela população que precisa se deslocar para Porto Alegre para ser atendida. “Não suportamos mais pessoas serem mandadas para casa para a famosa morte lenta. É isso que está acontecendo”, afirmou.

O secretário de Saúde de Torres, Angelo Rene da Rosa, afirmou que os principais problemas envolvem o atendimento a pacientes de média e alta complexidade. “Os municípios estão gastando muito mais do que 30% do orçamento, onde deveríamos gastar 15%. Apenas 15% gastamos com a folha de pagamento servidores em dia”, destacou, ressaltando que é contra a construção de um hospital regional. “Não podemos mandar todos os dias pacientes para Porto Alegre para fazer quimioterapia”, completou.


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