Declarada emergência em saúde pública diante da desassistência ao povo Yanomami

Declarada emergência em saúde pública diante da desassistência ao povo Yanomami

Território tem sofrido com casos de insegurança alimentar, desnutrição infantil e falta de acesso a cuidados básicos

AE

publicidade

O Ministério da Saúde declarou emergência em saúde pública de importância nacional diante da necessidade de combate à desassistência sanitária dos povos que vivem no território Yanomami. Uma portaria, assinada pela ministra Nísia Trindade, foi publicada nesta sexta-feira, em edição extra do Diário Oficial da União.

O território tem sofrido com casos de insegurança alimentar, desnutrição infantil e falta de acesso da população à saúde. Também nesta sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, anunciaram que devem ir à Roraima, neste sábado, para acompanhar as ações diante da crise humanitária dessa população.

De acordo com a portaria publicada nesta sexta-feira, um centro de operações foi implantado para coordenar uma resposta rápida ao cenário de emergência identificado no território Yanomami. Desde o início da semana, técnicos do Ministério da Saúde estão na terra indígena, onde habitam 30,4 mil pessoas, para fazer um diagnóstico das condições de vida da população local.

A proposta é fazer um levantamento da situação, identificar as demandas dos povos originários da região e estabelecer as ações a serem feitas para que os Yanomami superem um cenário de "crise humanitária", conforme descrito pela própria Sonia Guajajara. De acordo com a ministra, 570 crianças Yanomami "morreram de fome durante o último governo".

"O Ministério dos Povos Indígenas tomará medidas urgentes em torno desta crise humanitária imposta contra nossos povos", disse a chefe da pasta em uma postagem no seu Twitter, nesta sexta-feira. "A pedido do presidente Lula, visitaremos amanhã a Terra Indígena Yanomami para uma ação interministerial de emergência. Nossos parentes Yanomami enfrentam uma crise humanitária e sanitária. É inadmissível ver nossos parentes morrerem de desnutrição e fome", acrescentou Guajajara.

Um dos problemas que assolam a região são os constantes conflitos armados com garimpeiros, cujas atividades de garimpo em terras indígenas cresceram 495% entre 2010 e 2020. No ano passado, Júnior Hekurari, líder indígena, relatou que pessoas da comunidade foram assassinadas em meio a esses confrontos.

A Polícia Federal, na época, não confirmou as mortes. Também em 2022, de acordo com o líder indígena, uma menina ianomâmi de 12 anos chegou a ser estuprada até a morte por garimpeiros na comunidade Aracaçá, na área de Waikás.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895