Dia F-Dia do Coração Fetal destaca importância do pré-natal e acompanhamento da gestação

Dia F-Dia do Coração Fetal destaca importância do pré-natal e acompanhamento da gestação

Longa fila de gestantes ocupava desde cedo as calçadas da avenida Princesa Isabel e rua Santana, no bairro Santana, onde fica o Instituto de Cardiologia

Correio do Povo

publicidade

A realização da 24ª edição do Dia F-Dia do Coração Fetal ao longo deste sábado, pelo Instituto de Cardiologia de Porto Alegre, não apenas avaliou a saúde do feto, mas também destacou a importância do pré-natal e acompanhamento da gestação. A tradicional avaliação gratuita da saúde do coração do bebê em gestantes, a partir do 5º mês, é a primeira após a interrupção provocada pela pandemia de Covid-19 em 2020, 2021 e 2022. O evento é coordenado pelos cardiologistas Paulo Zielinsky e Luiz Nicoloso.

O Dia F-Dia do Coração Fetal começou às 8h e encerra às 17h deste sábado. Uma longa fila de gestantes, muitas acompanhadas dos companheiros, já ocupava desde cedo as calçadas da avenida Princesa Isabel e rua Santana, no bairro Santana, onde fica o Instituto de Cardiologia. Na 23ª edição, mais de 600 atendimentos gratuitos foram prestados. A expectativa é de que esse número seja agora superado. “É só chegar e na hora faz a inscrição”, convida o médico. Desde a primeira edição já foram atendidas aproximadamente 12 mil gestantes. "São basicamente pacientes da rede pública", frisou.

Uma equipe multidisciplinar formada por profissionais da instituição e de outros estados está mobilizada para a realização dos exames de ecocardiografia fetal e fornecimento de dicas e instruções às gestantes para proteger o coração do bebê, incluindo orientações nutricionais e psicológicas. Um total de 12 equipamentos para a realização de exames ecocardiograma fetal por ultrassom foram colocados à disposição.

“Tem que se fazer o diagnóstico pré-natal. Ao menos uma vez tem que olhar criticamente o coração, procurando alterações”, enfatizou o médico Paulo Zielinsky, que comanda o Programa de Cardiologia Fetal do Instituto de Cardiologia. “A prevalência de doenças cardíacas no feto é em torno de 5%, o que não é pouco. É 50 em cada mil”, observou. No entanto, cerca de 90% dos casos confirmados de anormalidades cardíacas não estão ligados a quaisquer fatores de risco, como por exemplo histórico familiar, diabetes materna, uso de alguns medicamentos, síndromes genéticas, álcool, cigarro e drogas. “A imensa maioria são pacientes sem nenhum fator de risco. Isso é um dado importante”, constata. Para a saúde do feto, como prevenção, o médico desaconselha o chimarrão, chocolate e café por parte da gestante.

Os principais problemas detectados são as cardiopatias congênitas (malformação do coração) e alterações do músculo e do ritmo cardíaco (arritmias). Conforme o cardiologista Paulo Zielinsky, todos os casos detectados no Dia F são encaminhados depois para tratamento dentro do próprio Instituto de Cardiologia, inclusive os partos são feitos na instituição. A maioria dos casos requer “cirurgia imediatamente após o nascimento ou nos primeiros dias de vida. Por isso, tem que nascer dentro do hospital, onde vai fazer o procedimento aqui”. De acordo com o médico, existem situações raras em que o procedimento é feito intrauterino, ou seja, no feto ainda dentro da mãe. "Tudo pelo SUS, coberto pela rede pública", salientou.

O cardiologista Paulo Zielinsky ressaltou que a cardiologia fetal foi implantada em 1986 na instituição, quando “nós fizemos o primeiro cardiograma fetal na época”. Ele explica que cada vez mais cedo têm sido feitos os exames, assinalando que normalmente são realizados a partir das 20 semanas de gestação. Atualmente, porém, já “estão fazendo com 19, 18, 17 e até 16 semanas”, graças ao avanço e modernidade dos equipamentos.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895