Estrela decreta situação de emergência por aumento nos casos de dengue
O número de contaminados ultrapassa 720, mais que o dobro do mesmo período de 2023
publicidade
O Prefeito de Estrela Elmar André Schneider decretou no final da manhã desta segunda-feira emergência na cidade. O documento, com validade de 180 dias, foi necessário devido a constatação da presença do mosquito aedes aegypti em todo o município, com índice de infestação predial (IPP) 16,3, considerado alto.
A cidade conta com um aumento expressivo no número de casos suspeitos de dengue, muito acima do limite superior endêmico. Conforme a projeção, a Prefeitura acredita que este ano deverá superar os dois últimos no número de contaminados. Até março deste ano município já tinha aumentado em 205% o número de casos em relação ao mesmo período do ano passado.
Agentes da Vigilância Epidemiológica da cidade instalaram na última semana o terceiro ciclo das chamadas "Armadilhas de Ovitrampas", técnica utilizada para identificar e tabular os maiores focos do mosquito aedes aegypti (transmissor da dengue, febre Chikungunya e zika vírus). Elas serão retiradas até esta terça-feira, quando devem ir para análise.
Mesmo com o segundo ciclo, realizado no mês passado, tendo apresentado queda no número de pontos contaminados, o número de doentes segue crescendo na cidade. Já é mais que o dobro que o mesmo período de 2023. No mesmo período do ano passado foram 388 pessoas contaminadas. Já neste ano o número passa de 720. Segundo informações da Prefeitura em três dias foram confirmados mais 50 casos.
Para combater a doença, os agentes realizam palestras em escolas, visitas em residências, mutirões de limpeza, além da colocação de armadilhas. Este último faz parte do projeto pilo das Ovitrampas do Estado, sendo um modelo de armadilhas instaladas em pontos estratégicos que buscam captar ovos do aedes aegypti. As armadilhas consistem em vasos de planta sem furo e palhetas de madeira (Eucatex). Nessas águas são colocadas água com levedo de cerveja para atrair a fêmea a depositar os ovos no local (ovoposição). As armadilhas ficam cinco dias no local (geralmente em casas) e depois são recolhidas, sem risco pois são tiradas antes de se tornarem mosquitos.
No primeiro ciclo, das 96 ovitrampas instaladas e distribuídas pelos bairros Boa União, Pinheiros, Indústrias, Moinhos, Estados, Oriental, Centro, Imigrantes, Alto da Bronze e Cristo Rei, 97% tinham ovos do aedes aegypti. Ao todo foram 3,1 mil ovos coletados, com um índice de positividade de 95%. Já no segundo ciclo ouve redução significativa com 1,7 mil ovos coletados e índice de positividade do mosquito transmissor de 52%.
Para a coordenadora da Vigilância em Saúde, Carmen Liane Soares Hentschke, há uma expectativa que os resultados indiquem, a continuação na redução da proliferação dos mosquitos. "A explicação é que mesmo com um menor número de focos cresce o caso de pessoas doentes é que temos muitos mosquitos contaminados picando alguém doente, familiares e vizinhos", explica. Ela acredita que com a chegada dos dias frios, o maior cuidado das pessoas com o que pode se tornar um criadouro, o uso de repelentes e até mesmo de roupas mais compridas, vai auxiliar na redução dos casos de dengue.
Em maio deverá ser realizado um Novo Levantamento de Índice Rápido de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), o que determina o índice de Infestação predial (IIP). O mesmo realizado a cada três meses. No último levantamento não houve bairro que não houvesse a presença do mosquito. Novas medidas com aplicação de larvecida estão sendo estudadas.