Febre maculosa: entenda sintomas, tratamento e riscos da doença transmitida por carrapato
Doença rara e altamente letal matou ao menos três pessoas nos últimos dias em São Paulo
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Nos últimos dias, uma sequência de mortes registradas no Estado de São Paulo chamou atenção para uma doença rara e pouco conhecida, mas que tem alto grau de letalidade: a febre maculosa. Entre segunda e terça-feira, o Instituto Adolfo Lutz confirmou três mortes causadas pela doença. As vítimas haviam ido a uma festa na Fazenda Santa Margarida, no distrito de Joaquim Egídio, na cidade paulista. Nesta terça-feira (13), a secretaria de Saúde do município confirmou a morte de uma adolescente de 16 anos, que estava internada desde o dia 9 com suspeita da doença.
A febre maculosa é uma doença infecciosa, febril aguda, causada por uma bactéria transmitida pela picada de um carrapato. A doença já causou 753 óbitos no Brasil entre 2012 e 2022, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
Como a febre maculosa é transmitida?
A doença é causada pela bactéria do gênero Rickettsia, transmitida pela picada de um carrapato infectado. A doença não passa de uma pessoa para outra. Para ocorrer a transmissão, o carrapato infectado precisa ficar ao menos quatro horas fixado na pele da pessoa. Os carrapatos mais jovens são os mais perigosos, pois são mais difíceis de serem vistos.
No Brasil, os principais vetores são os carrapatos do gênero Amblyomma, tais como o carrapato estrela. No entanto, qualquer espécie de carrapato pode conter a bactéria causadora da febre maculosa, como por exemplo, o carrapato do cachorro.
Quais são os principais sintomas da doença?
Os principais sintomas da febre maculosa são febre, dor de cabeça intensa, náuseas e vômitos, diarreia com dor abdominal, dor muscular constante, inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés, gangrena nos dedos e orelhas e paralisia dos membros, que começa nas pernas e vai subindo até os pulmões, podendo causar parada respiratória. Com a evolução da doença, é comum o surgimento de manchas vermelhas, mas sem coceira, nos pulsos e tornozelos, que podem se espalhar em direção às palmas das mãos, braços ou solas dos pés.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da febre maculosa é muito difícil, principalmente durante os primeiros dias de doença, tendo em vista que os sintomas também são parecidos com outras doenças, como leptospirose, dengue, hepatite viral, salmonelose, encefalite, malária, meningite, sarampo, lúpus e pneumonia. O médico avalia os sintomas e pergunta onde a pessoa mora e se esteve em locais de mata, florestas, fazendas, trilhas ecológicas, onde possa ter sido picado por um carrapato. Ele também poderá solicitar uma série de exames para confirmar ou contribuir com o diagnóstico.
Como é o tratamento?
A febre maculosa brasileira tem cura, mas é necessário que o tratamento com antibióticos seja iniciado logo nos primeiros dois ou três dias. O atraso no diagnóstico e no início do tratamento pode provocar complicações graves, como o comprometimento do sistema nervoso central, rins e pulmões, além de lesões vasculares e pode levar à morte.
Onde há casos da doença no país?
Este ano, foram confirmados 49 casos no país. A maior parte deles ocorreu na região Sudeste, que teve 26 registros. Na região Sul, foram 17 casos, todos no Paraná, Estado com maior número de casos no Brasil. O Rio Grande do Sul não teve casos registrados. Em 2023, foram confirmadas seis mortes em decorrência da doença no país, todas na região Sudeste, sendo quatro em São Paulo e as demais no Rio de Janeiro e Minas Gerais.
