Frio pode ser aliado no combate à dengue no RS

Frio pode ser aliado no combate à dengue no RS

Já foram contabilizadas 27 mortes de um total de 13.827 casos de dengue desde o começo deste ano no Estado

Correio do Povo

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O combate ao mosquito da dengue pode ter um aliado neste inverno: o frio. A expectativa foi manifestada neste sábado pelo diretor da Vigilância em Saúde de Porto Alegre, Fernando Ritter, da Secretaria Municipal da Saúde. “O mosquito não suporta as temperaturas baixas”, resumiu. No entanto, o atual comportamento do clima ainda não permite fazer uma projeção de como será a próxima estação. “O frio ainda está muito irregular”, avaliou. “Calor e chuva é o pior”, acrescentou.

Outra esperança dele é a vacina da dengue. “O meu sonho seria que fosse o ano que vem, mas eu acho que ainda vai demorar mais uns dois ou três anos. Tomara que esteja errado”, afirmou. Ele observou que os estudos de um imunizante contra o vírus já estão sendo realizados no país. “Eu acho que vai ser uma realidade um dia a vacina da dengue no calendário do SUS”, previu.

“Nós estamos com 1.366 casos confirmados este ano. A maior parte, cerca de 80%, é na região Leste”, alertou, qualificando a infestação do mosquito como muito alta. Do total registrado em toda a cidade, dois pacientes morreram devido à doença e um terceiro óbito está sendo apurado. Em 2022 foram 4.200 ocorrências de dengue, sendo quatro mortes na Capital. “Foi o pior ano”, avaliou Fernando Ritter. “Não vamos relaxar com relação às orientações, porque provavelmente nós vamos ter outra situação parecida se a gente não controlar a situação do mosquito”, declarou. Em todo o Rio Grande do Sul já foram contabilizadas 27 mortes de um total de 13.827 casos de dengue desde o começo deste ano. Em 2022 foram 68 mil doentes dos quais 66 faleceram.

Uma das armas mais eficazes contra o mosquito Aedes aegypti permanece então sendo a prevenção através da remoção do acúmulo de água em cada residência ou terreno, impedindo criadouros. “Nós estamos fazendo um trabalho muito forte com outros setores no sentido de limpeza e remoção dos focos”, lembrou. Trata-se da operação de bloqueio químico contra a dengue, com aplicação de inseticida nas ruas dos bairros da região Leste, como o Partenon.

Armadilhas também são montadas para captura dos mosquitos, visando verificar se estão contaminados com o vírus causador da doença. Segundo Fernando Ritter, os repelentes são entregues aos pacientes que tiveram diagnóstico confirmado com o objetivo de evitarem que os mosquitos os piquem e depois infectem outras pessoas com o vírus. Conforme ele, as pessoas imunocomprometidas e idosos têm maior risco de agravamento da doença e até de morte.

Desde às 9h e aberta até 16h deste sábado, a Clínica da Família Campo da Tuca, na rua Coronel José Rodrigues Sobral, 958, no bairro Partenon, está atendendo pessoas com sintomas de dengue. Os principais sintomas da enfermidade são a febre alta acompanhada de dor no corpo ou nas articulações, dor de cabeça, pintinhas vermelhas pelo corpo, náuseas, vômitos ou dor atrás dos olhos. No posto de saúde é feita a realização de teste para a confirmação do diagnóstico de dengue.

De acordo com o diretor da Vigilância em Saúde de Porto Alegre, um dos objetivos da abertura especial de postos para atender pessoas com sintomas suspeitos de dengue é desafogar e não superlotar as emergências dos hospitais, que “já estão cheias pela questão respiratória”. Fernando Ritter ressaltou que uma medida importante para quem está com dengue é a abundante hidratação do corpo com água. “É uma questão muito importante. As pessoas têm que se hidratar”, orientou. Com a piora dos sintomas, a recomendação é de que seja procurado imediatamente o atendimento de emergência. Por fim, ele lembrou que existem mais de 130 unidades de saúde na cidade para prestar o primeiro atendimento durante a semana. “Ali já se faz a solicitação do teste no laboratório”, explicou. 

Atividades em escolas da Zona Leste estão sendo implementadas para difundir para professores informações sobre prevenção à dengue e que sejam replicadas pelos alunos junto às famílias. Material lúdico é entregue nessas ações.


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