Hospital de Cachoeirinha restringe atendimentos por falta de médicos

Hospital de Cachoeirinha restringe atendimentos por falta de médicos

Apenas casos de urgência e emergência serão recebidos no Hospital Padre Jeremias

Fernanda Bassôa

Apenas casos de urgência e emergência serão recebidos no Hospital Padre Jeremias

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O Hospital Padre Jeremias, em Cachoeirinha, na Região Metropolitana, restringiu os atendimentos a somente casos de urgência e emergência. Desde o último domingo (23), de acordo com usuários que precisaram de atendimento de saúde no local e que aguardaram por horas até serem encaminhados para atendimento na UPA da cidade, a ausência de médicos por conta de atrasos salariais, seria o stopim do problema. A situação também foi denunciada pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), que vem acompanhando o cenário com muita apreensão.

De acordo com o Sindicato, clínicos e pediatras que prestam serviço no hospital estão sem receber desde fevereiro. Na semana passada, diretores do Simers realizaram uma vistoria com o intuito de verificar o que está, de fato, acontecendo. Naquele dia, um único clínico estava no plantão adulto. 

A assessoria do Instituto de Cardiologia, que gerencia a casa de saúde de Cachoeirinha, informou que o hospital conta com uma equipe médica mista, contratados CLT e empresas terceirizadas. Segundo o Instituto, não procede a informação de atrasos de três meses nos pagamentos de terceiros. “Os médicos celetistas que atuam no hospital estão com seus pagamentos em dia. Os médicos que atuam por suas empresas estão com uma fatura atrasada, vencida em 30/03/2023. Estamos negociando os pagamentos com as empresas médicas, buscando resolver a situação o mais breve possível. Esperamos ter a situação equacionada até o próximo dia 30 de abril.” De acordo com a direção da casa de saúde, atualmente estão sendo atendidos na emergência os casos classificados como de maior gravidade, nas especialidades clínica médica e pediatria. O atendimento às gestantes está sem restrição.  

O Hospital dispõe de médicos atuando 24 horas, 7 dias por semana, atendendo a demanda nas especialidades de clínica médica, pediatria, obstetrícia e cirurgia. Não houve em nenhum momento interrupção no atendimento dos pacientes internados. Houve excepcional restrição de atendimento na emergência em duas especialidades. O gestor informou ainda que “que mantém o contrato de um Hospital 100% SUS, que recebe mensalmente o valor de R$ 3.497,897,27, o que não é o suficiente para manter a estrutura funcionando por 24 horas em atenção as especialidades médicas e manutenção da estrutura pretendida. O hospital trabalha mensalmente de forma deficitária.”

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que o Hospital Padre Jeremias, de Cachoeirinha, é um hospital público estadual sob gestão da Fundação Universitária de Cardiologia (FUC). "A instituiçao de saúde tem 101 leitos, atende à média complexidade e recebe mensalmente mais de R$ 3,75 milhões em recursos, dos quais R$ 2,7 milhões são oriundos do Tesouro do Estado. A pasta destacou que o governo repassa os pagamentos rigorosamente em dia e contrata a prestação de serviços", afirmou a SES por meio de nota.

"Importante destacar que é responsabilidade da instituição responsável pela gestão do hospital a manutenção dos profissionais contratados. Cabe observar que Cachoeirinha não tem somente a porta de entrada do hospital, contando ainda com uma UPA, que atende os casos que são da sua capacidade e competência. Aqueles casos de urgência e emergência que dependem de atendimento hospitalar estão sendo atendidos na instituição", apontou ainda. 

A Prefeitura de Cachoeirinha foi procurada, mas ainda não se manifestou. 


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