Hospital Psiquiátrico São Pedro celebra 139 anos com festa e abertura do Memorial da Loucura

Hospital Psiquiátrico São Pedro celebra 139 anos com festa e abertura do Memorial da Loucura

Local terá exposição de itens relacionados ao tratamento psiquiátrico ao longo das décadas

Felipe Faleiro

Evento teve apresentação do coral da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz)

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Fundado em 29 de junho de 1874, o Hospital Psiquiátrico São Pedro (HPSP) celebrou hoje seu aniversário de 139 anos em clima de celebração e recordações. Lar, no passado, de centenas de pessoas em tratamento relacionado à saúde mental, hoje a instituição, administrada pela Secretaria Estadual da Saúde (SES) e inaugurada na ocasião como hospício, é memória viva da história do Rio Grande do Sul e do país. 

Junto à festa, no qual participaram autoridades e que teve apresentações musicais, foi aberto também oficialmente o Memorial da Loucura, com itens relacionados ao tratamento psiquiátrico no local ao longo das décadas. “Hoje não temos mais pacientes que moram aqui. Fizemos um processo de desinstitucionalização desses indivíduos, e ele está em funcionamento ainda, reconfigurado de acordo com a reforma psiquiátrica, atendendo sem internações. Já o memorial é um resgate da nossa história, devido ao hospital ter acompanhado o desenvolvimento da cidade e do Estado”, afirmou a diretora do HPSP, Maria Letícia Ikeda, também chefe da Divisão de Unidades Próprias da SES.

Os itens em exibição no local incluem desde mobiliários, equipamentos elétricos, até peças da própria estrutura e um leito montado como no passado, fotografias de procedimentos realizados antigamente no espaço e farta documentação, como de mapas e livros de visitas. “Esta é a memória viva da psiquiatria e da nossa cidade. Entendemos que era importante sua preservação para podermos olhar para o passado e repensar o presente e o futuro”, salientou Maria Letícia.

A secretária-adjunta Estadual da Saúde, Ana Costa, disse que, além da comemoração, é preciso também seguir evoluindo nos cuidados com as pessoas com sofrimentos psíquicos. “O Estado abre suas portas para mostrar à população o que aconteceu no passado, o que se faz hoje e, quem sabe, o que possamos fazer no futuro. O papel que se renova é o de ver as pessoas saindo de um sofrimento tão difícil, melhorando e crescendo”, comentou Ana. Ainda não há informações oficiais sobre a visitação do público externo ao memorial.

Os últimos pacientes que residiam na ala de moradia do hospital foram encaminhados, em março de 2023, para o Serviço Residencial Terapêutico Florescer, na Vila São Pedro. No entanto, o HPSP permanece com serviços como um ponto de atenção da Rede Psicossocial (RAPS), com atendimentos ambulatoriais de referência, internação para casos agudos, reabilitação através dos dispositivos Oficina de Criatividade e Jardim Terapêutico, além de atividades de ensino e pesquisa.


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