IPE Saúde diz que paralisação dos médicos conveniados afetou somente 9% das consultas

IPE Saúde diz que paralisação dos médicos conveniados afetou somente 9% das consultas

Paralisação termina hoje depois de três dias, e órgão afirma que muitos procedimentos haviam sido reagendados

Felipe Faleiro

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A paralisação de médicos credenciados ao IPE Saúde termina hoje, mesmo dia em que o governo do Estado apresentou a proposta de reestruturação do órgão. De acordo com o próprio IPE, a maioria dos atendimentos eletivos que seriam prejudicados pela ação dos profissionais foi remarcada com antecedência. O órgão estimou que a ação resultou em 9% de consultas a menos em relação a dias normais. Já o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) aponta que, somente no Hospital Ernesto Dornelles, na Capital, mais de 200 consultas precisaram de novas datas.

Por volta de 60% dos médicos atuantes em Porto Alegre e interior gaúcho cruzaram os braços desde segunda-feira até a quarta, também segundo estimativa do Simers. A paralisação havia sido decidida na assembleia geral extraordinária anterior à de hoje, afetando consultas e procedimentos hospitalares atendidos pelo convênio público, mantendo apenas urgências e emergências. O Ernesto Dornelles, em nota, confirmou a adesão de alguns médicos conveniados e com atuação no ambulatório. Exames clínicos e laboratoriais foram realizados normalmente.

O IPE Saúde, por sua vez, disse que “vem monitorando os atendimentos, que permanecem regulares. O sistema recebe, em média, 11 mil consultas por dia até as 21 horas, e nos dois primeiros dias de paralisação, foram cerca de 10 mil consultas registradas”. Também salientou que “tem trabalhado, junto com o governo do Estado, na implantação de um amplo projeto de reestruturação”. Os segurados, ainda de acordo com o IPE, podem buscar alternativas de atendimento no Guia Médico Hospitalar.

A principal crítica do Simers é referente a defasagem da tabela de remuneração de honorários dos profissionais médicos, que se mantém a mesma desde 2011, desconsiderando inclusive os reajustes da inflação no período. O sindicato quer que seja utilizada a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), que, em parte, já é padrão para alguns vencimentos, mas não em sua totalidade. Outra preocupação é o passivo do convênio gerido pelo governo estadual, que junto aos prestadores soma cerca de R$ 250 milhões.

A subcomissão da Assembleia Legislativa que acompanha o assunto deverá fazer também uma série de visitas aos hospitais que atendem ao plano, começando pelo próprio Ernesto Dornelles, considerada referência para o atendimento do IPE. “Entendemos que agora é fundamental a sensibilidade dos nossos deputados em permitir que as entidades representativas da categoria médicas participem da grande discussão que ocorrerá nesta Casa, para chegarmos a uma equação possível, conciliando um atendimento adequado à população e a justa remuneração aos médicos”, disse o diretor-geral do Simers, Fernando Uberti.


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