Militares e agentes da Vigilância em Saúde realizam ação contra dengue no bairro São João, em Porto Alegre

Militares e agentes da Vigilância em Saúde realizam ação contra dengue no bairro São João, em Porto Alegre

A força-tarefa é bem aceita pelos moradores que abrem as portas das suas casas, mas muitos consideram que falta a presença do fumacê para ajudar na eliminação do mosquito

Paula Maia

Durante a vistoria nas residências foram encontradas larvas de mosquitos

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As ações de combate ao mosquito da dengue continuam em Porto Alegre. Na manhã desta quarta-feira, militares, agentes de combate a endemias, agentes comunitários de saúde e técnicos da diretoria de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (DVS/SMS) estiveram presentes no bairro São João.

As equipes se dividiram e durante a ação, em 284 residências do bairro, identificaram e eliminaram criadouros de mosquitos, além da orientação sobre os cuidados e a realização de busca ativa de casos compatíveis com a dengue. Houve a recusa de vistoria em 14 residências e 86 estavam fechadas. Também foram registradas 15 coletas de larvas em residências.

A agente de combate a endemias da Vigilância Ambiental Clarice do Nascimento participa das ações de rua desde 2007. Ela afirmou que é necessário uma maior conscientização das pessoas sobre os cuidados para evitar a proliferação do mosquito da dengue.

“Olha, é preciso que o morador se conscientize o quanto antes, porque são anos e anos batendo na mesma tecla. É preciso se conscientizar e não deixar a água parada dentro do seu domicílio”, alertou.

Ela contou que tem encontrado dentro das residências muitas plantas na água. Desta forma, ela avisa que a troca da água tem que ser realizada uma vez por semana junto com a limpeza do recipiente.

O major Luís Augusto Lopes Júnior, do Centro de Coordenação de Operações (CCOp) do Comando Militar do Sul (CMS), ressaltou que o Exército Brasileiro vem atuando junto aos órgãos municipais, estaduais e federais no combate ao mosquito Aedes aegypti, que além da dengue é responsável pela chikungunya e o Zika vírus.

"Particularmente aqui em Porto Alegre, as ações vêm ocorrendo sempre em conjunto com os agentes de combate a endemias da prefeitura. A visita consiste em orientações, explicação sobre o combate ao mosquito, quais as doenças que esse vetor transmite, quais os sintomas da dengue, como a pessoa deve proceder para não se automedicar e para que ela possa procurar mais rápido possível um posto de saúde, uma UPA, um local que ela possa buscar o tratamento adequado", explicou.

O major também destacou a distribuição de folder e cartaz, e informou que a previsão da atuação do Exército com a prefeitura é até o dia 27 de março.

Fernando Guimarães, morador do bairro disse que aprova a ação da prefeitura, mas acredita que as ações deveriam contar com a presença do fumacê.

“Só que eu acho que a prefeitura tinha que fazer o fumacê. Se a prefeitura fizesse isso, seria um ótimo recurso. Eu sei que fumacê não mata larva, mas mata mosquito adulto contaminado e não contaminado. O bairro aqui está entupido de mosquito”, declarou o morador que foi contaminado com dengue no início do mês de fevereiro.

Desde fevereiro, nas atividades conjuntas com os militares, foram vistoriadas 1.053 residências e 14 condomínios. Outras 353 residências estavam fechadas no momento das visitas.

Porto Alegre registra 434 casos de dengue em 2024 - deste total, 371 foram contraídos na cidade (autóctones), 53 são importados (infecção fora da cidade) e 10 não têm local de infecção determinado. O total de ocorrências suspeitas notificadas à Equipe de Vigilância de Doenças Transmissíveis da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) alcança 5.368 até o dia 2 de março. Em 2023, no mesmo período, foram 246 notificações e 49 casos confirmados.

A faixa etária dos 21 a 30 anos tem a maior proporção (22%) dos casos confirmados, e 55,7% dos pacientes são do sexo feminino. Os principais sintomas relatados são febre, mialgia (dor no corpo) e cefaleia (dor de cabeça).

Bairros - Há casos em 78 bairros de Porto Alegre, sendo que Restinga, São João, Partenon, Sarandi, Higienópolis, Bom Jesus, Cristal, Passo D’Areia, Centro Histórico e Cavalhada registram o maior número de casos.


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