Na Semana Mundial da Amamentação, hospital realiza debate sobre retorno das mães ao trabalho

Na Semana Mundial da Amamentação, hospital realiza debate sobre retorno das mães ao trabalho

Evento do Hospital Moinhos de Vento reuniu profissionais da saúde e mães com experiência em aleitamento para discutir boas práticas

Kyane Sutelo

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O Hospital Moinhos de Vento realizou ontem, em Porto Alegre, a 3ª edição do Simpósio de Aleitamento Materno. Em pauta estiveram os desafios das mães que amamentam, mas precisam retornar ao trabalho. O assunto foi inspirado no tema da Semana Mundial da Amamentação deste ano, que é “Possibilitando a amamentação: fazendo a diferença para pais que trabalham”. A escolha foi da Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno para os primeiros dias do mês conhecido como Agosto Dourado, em alusão ao padrão ouro de qualidade conferido à prática.

“A gente vem sentindo que tem um desmame mais precoce ou de amamentação mista, em torno de 54 a 56 dias, enquanto a recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) é de, pelo menos, seis meses exclusivo e até dois anos compartilhada”, lamentou a coordenadora da Área Materno-Infantil do HMV, Andreia Amorim. Segundo a profissional, o principal motivo é o retorno antecipado das mães ao trabalho e a falta de rede de apoio e de suporte das empresas.

A gestora enfatiza que as mães não devem enfrentar as dificuldades da amamentação sozinhas e que é para isso que o simpósio é realizado. No entanto, para além de falar com essas mulheres, o recado é também para quem as contrata. “O tema da Semana Mundial de Amamentação é um um puxão de orelha nas empresas, porque precisam, não só estender a licença-maternidade, mas propiciar espaços em que possa amamentar ou que ela possa esgotar o leite. Existem várias estratégias”, detalhou Andreia. 

Conforme a profissional, os índices relativos à amamentação comprovam que essas crianças têm menos doenças e internam menos, devido ao reforço no sistema imunológico. “Às vezes, a ótica que se vê é a de que essa mulher vai se ausentar muito por estar amamentando, mas não, talvez, ela se ausente muito menos, porque vai estar mais inteira para a atividade, despreocupada”, explicou a representante do hospital na ocasião.

Adaptações para o aleitamento

Entre as palestrantes do simpósio também estiveram Janaina Becker e Ângela Lemos Becker, pioneiras em um novo sistema de aleitamento no Hospital Moinhos de Vento. Quando Janaina engravidou das gêmeas Ina e Ananda, o combinado é que seria Ângela quem amamentaria as filhas. A regra previa que somente pacientes utilizassem a chamada sala de esgota da instituição, mas houve mudanças. “O hospital criou um protocolo para que a ângela conseguisse extrair leite na sala de esgota e amamentar as gurias”, contou Janaina.

As gêmeas foram amamentadas com leite materno nos primeiros seis meses de vida, tanto por Janaina quanto por Ângela. Elas, que não tiveram rede de apoio fora do hospital, destacam a importância do suporte da equipe da instituição de saúde. Mesmo com todos os desafios, não se arrependem. “Valeu muito a pena, elas são muito especiais”, afirmou Ângela.


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