Oncologista diz que câncer terá cura, mas outras doenças letais surgirão

Oncologista diz que câncer terá cura, mas outras doenças letais surgirão

Médico argentino Eduardo Cazap participou nesta semana do Congresso Mundial para o Controle do Câncer

EFE

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No futuro, todos os tipos de câncer terão cura, mas, por outro lado, surgirão doenças mortais que agora desconhecemos, segundo o oncologista argentino Eduardo Cazap, fundador da Sociedade Latino-Americana de Oncologia (Slacom). O médico participou nesta semana do Congresso Mundial para o Controle do Câncer, realizado em Genebra, na Suíça, e organizado pela União Internacional para o Controle do Câncer, que ele próprio fundou e presidiu entre 2010 e 2012.

"Qualquer câncer pode ser curado, sim, mas a má notícia é que alguma outra doença, que ainda não conhecemos, aparecerá para substituí-lo. Faz parte da história da humanidade, é a parte genética da espécie", disse o oncologista em entrevista à Agência EFE.

Para Cazap, "há mais casos de câncer e haverá cada vez mais, não só porque o mundo está envelhecendo", mas também por outros fatores como o estilo de vida em grandes cidades.

"As pessoas vivem mais, estão curadas de doenças e sofrem de novas, inclusive tumores. O mundo não é mais saudável, mas é mais controlado. Por outro lado, a urbanização é um dos fatores de câncer mais importantes, devido ao pior ar que respiramos. Imagine em cidades latino-americanas como Lima, Buenos Aires, São Paulo e Cidade do México. Adicione o estresse, formas de trabalho, consumo de alimentos ultraprocessados que são os piores alimentos que se pode comer. Outros fatores são o tabagismo, que está em declínio, e a obesidade, que está em ascensão".

Por outro lado, o oncologista ressaltou que as pesquisas sobre o câncer estão evoluindo. "Nos últimos 20 anos, houve grandes avanços na medicina de precisão, que consiste em identificar falhas moleculares ou genéticas e encontrar medicamentos que as resolvam", disse.

"Com o conhecimento de prevenção que já temos hoje, como colonoscopias em determinadas idades, estudos de câncer de mama, vacinação contra papilomavírus, estima-se que a incidência desses tumores pode ser reduzida em até 30% em questão de décadas", acrescentou Cazap. 


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