Outono aumenta prevalência de doenças como asma e rinite

Outono aumenta prevalência de doenças como asma e rinite

Irritação das vias aéreas, secreção nasal e coriza são mais comuns a partir desta época do ano

Felipe Faleiro

Sintomas causados por alérgenos podem evoluir para infecções bacterianas

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O outono iniciou nesta quarta-feira, e com ele, os indesejáveis sintomas de condições de saúde perturbadoras para o dia a dia de grande parte da população, como rinites alérgicas ou asma. Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), estes quadros são causados pela irritação das vias aéreas, causada pela redução da umidade relativa do ar, que nesta época, gira em torno dos 30%, aliada à menor dispersão atmosférica de gases e materiais particulados.

Tais doenças são mais comuns do que parecem, com a rinite alérgica atingindo 26% das crianças brasileiras e 30% dos adolescentes, conforme um estudo internacional. Já a asma atinge um em cada dez habitantes do país, e mata cerca de duas mil pessoas por ano. O outono, assim como o inverno, são épocas perversas para quem tem as famigeradas coceiras no nariz, corrimento de secreções nasais ou espirra com maior frequência.

“Estas condições atrapalham muito a vida dos pacientes”, afirma o médico Giovanni Di Gesu, membro do Departamento Científico de Rinite da Asbai, e baseado em Porto Alegre. A rinite é uma doença inflamatória, de acordo com ele, com ao menos dois sintomas dos já citados, além de sinais como coriza transparente, sensação de gotejamento na garganta, causando o pigarro, e a tosse persistente. Em casos mais crônicos, há a congestão nasal.

Os sintomas causados por alérgenos podem evoluir para infecções bacterianas, como otites em crianças e problemas respiratórios em adultos. “O outono é tradicionalmente o período de início da sazonalidade das infecções virais, se estendendo até a primavera, estação geralmente associada a algumas destas manifestações, em razão da maior dispersão do pólen”, comenta ele. No entanto, uma pessoa também pode ser alérgica devido a uma predisposição genética, e não necessariamente a ação isolada de um agente infeccioso.

Da mesma forma, a prevalência tende a reduzir à medida que a idade avança, devido à chamada imunossenescência, ou o envelhecimento do sistema imunológico. “Os idosos se tornam menos sensíveis a estas infecções”, comenta Di Gesu, acrescentando que a incidência destas doenças gira em torno de 12% a 14% para pessoas com mais de 65 anos. Para quem já é predisposto, a orientação inclui reduzir a exposição ao ar-condicionado e frequentar locais ensolarados e bem arejados. O tratamento é geralmente feito com o uso de medicamentos descongestionantes.

Em casos mais graves, que, com efeito, podem também frear a dependência que algumas pessoas manifestam a estes últimos, podem ser indicados os chamados anti-histamínicos de segunda geração, ou, ainda, a imunoterapia, na qual o agente infeccioso tratado em laboratório é inserido no paciente, cujo sistema imunológico desenvolve uma defesa. O tratamento imunoterápico leva cerca de dois a três anos, mas pode reduzir os efeitos de crises alérgicas, indicou o médico.


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