Primeiro caso de Covid-19 no Brasil completa três anos

Primeiro caso de Covid-19 no Brasil completa três anos

Em 36 meses, Brasil já registra quase 700 mil mortes por conta da doença

Felipe Samuel

UTI Covid do Hospital Conceição se tornou referência no atendimento na Capital

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A pandemia do novo coronavírus transformou as relações sociais, modificou o mundo do trabalho e promoveu uma verdadeira revolução na área da saúde a partir do desenvolvimento, em tempo recorde, de uma vacina contra Covid-19. Três anos após a confirmação do primeiro caso no Brasil, de um homem de 61 anos que deu entrada no Hospital Israelita Albert Einstein, em 25 de fevereiro, com histórico de viagem para Itália, região da Lombardia, os hospitais registram poucas internações por conta da doença. 

Um cenário bem diferente em comparação há dois anos, quando dispararam o número de internações, diagnósticos positivos para Sars-CoV-2 e de mortes em decorrência da doença. Além do bom ritmo de vacinação no país, medidas como o uso obrigatório de máscaras e restrição de circulação de pessoas adotadas pela maioria dos governadores contribuíram na luta contra a disseminação do vírus. Mesmo assim, de acordo com o Ministério da Saúde, 36 meses após o primeiro caso, 698.946 pessoas perderam a vida no país devido a complicações em decorrência da Covid-19. 

No mesmo período, o Ministério contabiliza mais de 37 milhões de diagnósticos da doença. Coordenador do Laboratório de Microbiologia da Santa Casa de Porto Alegre, o infectologista Alessandro Pasqualotto avalia que a chegada da vacina teve um impacto importante para conter a doença. “Vamos aprender a conviver com a Covid-19, que vai ser uma doença banal, como uma simples gripe ou resfriado, até por conta do número de pessoas que já pegou Covid-19 e dos vacinados. É um momento de muita tranquilidade, tanto que a flexibilização é plena, exceto em aviões. Levamos uma vida muito próxima do que era antes”, destaca. 

Chefe da Infectologia da Santa Casa, Pasqualotto acredita que “novas ondas mais brandas” da doença podem surgir. “Fomos pegos de surpresa por uma doença desconhecida, que acabou se transformando fatal para pessoas que não tinham imunidade. Era uma doença nova, com impacto terrível na sociedade. Todos viveram isso de perto”, lembra. Durante o auge da pandemia, em 2021, Pasqualotto destaca que era comum ouvir histórias de perdas de familiares e amigos. “É uma página triste da história revertida pela chegada das vacinas”, ressalta. “Agora vivemos um momento de paz, porque a Covid-19 deu uma tregua à sociedade”, completa.

Por isso, o especialista reforça a importância da vacinação. “Infelizmente muita gente não se vacinou ou está com esquema vacinal incompleto”, observa. A partir desta segunda-feira, o Ministério da Saúde vai lançar o Movimento Nacional pela Vacinação, com distribuição de doses bivalentes para o grupo prioritário nesta primeira etapa. “A vacina nova é mais eficaz contra variantes novas”, afirma. No Rio Grande do Sul, no pior momento da pandemia, em março de 2021, mais de 2,6 mil pessoas estavam internadas em leitos de UTI com Covid-19. Naquele mês, o número de pacientes internados em leitos clínicos superou 5,4 mil.

Conforme a Secretaria Estadual da Saúde (SES), março daquele ano também foi o mês mais letal da doença no Estado, com 8.445 vítimas fatais. Ao todo, a pandemia matou 41.908 pessoas no Rio Grande do Sul. Até 26 de fevereiro, 2.959.119 contraíram a doença. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, atualmente mais de 19,1 milhões de brasileiros estão com a segunda dose da vacina contra a Covid-19 em atraso. Outros 68,6 milhões não voltaram para receber a primeira dose de reforço e 30,2 milhões estão atrasados com a segunda dose de reforço.


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