Profissionais da saúde podem deflagrar greve e interromper serviços em três hospitais da Região Metropolitana

Profissionais da saúde podem deflagrar greve e interromper serviços em três hospitais da Região Metropolitana

Paralisações podem afetar Alvorada, Cachoeirinha e Viamão

Fernanda Bassôa

Trabalhadores da saúde protestaram em frente ao Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, na capital, onde acontece uma mediação entre sindicato e patronal

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Cerca de 1 mil profissionais da saúde que atuam nos hospitais de Alvorada, Cachoeirinha e Viamão podem decidir por entrar em greve nas três instituições, colapsando ainda mais a situação da saúde pública na Região Metropolitana. Os profissionais do Hospital Padre Jeremias, de Cachoeirinha, e do Hospital de Viamão têm assembleias marcadas para esta quarta-feira.

Já os trabalhadores de Alvorada podem decidir pela paralisação na quinta-feira, quando acontece a assembleia coordenada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde (Sindisaúde-RS). De acordo com o presidente do Sindicato, Júlio Jesien, se os trabalhadores optarem pela deflagração de greve, ela se inicia 72 horas após o encerramento das assembleias.

Jesien explica que entre os motivos que podem culminar na paralisação dos serviços está o não pagamento das verbas rescisórias nas transições de gestões que estão sendo operacionalizadas em Cachoeirinha e Alvorada; e a possível demissão de ao menos 200 funcionários sem indenização em Viamão. Segundo o presidente do Sindicato, as dívidas trabalhistas podem ultrapassar a casa dos R$ 40 milhões. Valores que não deverão ser pagos pelo Instituto de Cardiologia, atualmente em recuperação judicial.

Além disso, a situação é ainda mais agravada pela retirada de recursos provenientes do Programa Assistir. “Nossa indignação é que dois hospitais de responsabilidade do Estado (Alvorada e Cachoeirinha) são repassados para o Cardiologia, que já vinha anunciando problemas financeiros e déficit. Desta forma, o governo abre mão daquele princípio constitucional de que a saúde é direito de todos e dever do Estado. Os hospitais estão se deteriorando, com fechamento de emergências e demissão de trabalhadores. Estes, servidores do Estado, que precisa assumir um compromisso junto aos trabalhadores.” O Hospital Ana Nery, de Santa Cruz do Sul, deve assumir o Padre Jeremias, enquanto que a Associação João Paulo II assume Alvorada. Essa substituição deve acontecer entre os dias 1º e 8 de abril.

Na manhã desta terça-feira centenas de trabalhadores da saúde protestaram em frente ao Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-4), na capital, onde acontece uma mediação entre sindicato e patronal.

A Fundação Universitária de Cardiologia esclarece que está interagindo com a Secretaria Estadual da Saúde (SES-RS) no sentido de não gerar impacto assistencial durante o processo de transição e busca a preservação dos direitos dos funcionários. A Secretaria Estadual da Saúde informou que qualquer negociação ocorre entre a gestão da instituição hospitalar e o sindicato - com quem existe vínculo dos profissionais.


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