Rio Grande do Sul enfrenta nova onda de Covid-19, diz especialista

Rio Grande do Sul enfrenta nova onda de Covid-19, diz especialista

Secretaria da Saúde já contabiliza 32.354 diagnósticos positivos para doença em dezembro

Felipe Samuel

Mais de 92 mil brasileiros em decorrência da Covid-19

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O aumento das internações e de casos confirmados para a Covid-19 voltou a ligar o sinal de alerta no Rio Grande do Sul. Com 32.354 diagnósticos positivos para doença em apenas 14 dias, dezembro já registra o maior número de casos do novo coronavírus desde agosto deste ano, quando a Secretaria Estadual da Saúde (SES) contabilizou 52.535 casos positivos. Em duas semanas, o Estado registra crescimento de 69,6% em internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Nesta quarta-feira, 78 pacientes estavam internados em leitos de terapia intensiva por conta da doença, 32 casos a mais em 14 dias.  

Ao analisar o cenário da doença no RS e o impacto provocado pela circulação da subvariante BQ.1 da Ômicron, o chefe do Serviço de Infectologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Eduardo Sprinz, é taxativo. “A gente tem certeza de que está acontecendo uma nova onda, isso é esperado, ainda mais que com os autotestes a gente sabe que tem subnotificação. E é de se esperar um aumento no número de internações por Covid-19”, afirma. Conforme Sprinz, a nova onda da doença é resultado dos efeitos provocados pela 'netinha' da Ômicron, como se refere à subvariante da BQ.1.

O especialista reforça a importância de a população concluir o esquema vacinal e lembra que boa parte dos gaúchos tomou apenas duas doses da vacina. “Essas doses foram há muito tempo atrás e a gente sabe que nesse momento a maior proteção é atingida em quem fez quatro doses. Em algumas pessoas, cinco doses”, ressalta. Ele alerta que o número de casos graves também deve apresentar crescimento. “Só que esse aumento em nada se comparará com o que houve nos anos anteriores. Existe uma grande dissociação entre um número de novos casos e o número de casos graves de Covid-19”, pondera.

Para Sprinz, a nova onda surgiu em novembro e deve durar até a primeira quinzena de janeiro, principalmente por conta das aglomerações e festividades de final de ano. Em novembro, a SES contabilizou 66 óbitos por Covid-19. Em dezembro já foram 50 mortes. Ele afirma que em números absolutos de casos, essa nova onda deve ser parecida com a onda da doença do início do ano provocada pela Ômicron original. Por conta desse cenário, Sprinz reforça a importância da vacinação. 

“As pessoas vão morrer. E isso vai acontecer com as pessoas que estão com o esquema vacinal não em dia. Isso vai acontecer, só que felizmente numa grande diferença do que houve no início do ano passado. Há uma dissociação entre o número de novos casos e a gravidade da doença. Por isso não quer dizer que não terá casos graves, é só uma sinalização de que casos graves continuam acontecendo e se não acontecem em número maior é porque a vacina ajuda nessa proteção”, afirma.

Além da vacinação, Sprinz destaca que o uso de máscara previne a transmissão da doença principalmente a pessoas com comorbidade e idosos. “A coisa mais certa é o seguinte, por favor, vacine-se. Tenha a sua vacinação em dia. E se você ficará próximo de alguém velho, ou cheio de doenças ou com diminuição das defesas, use máscara. E para essas pessoas muito velhas, cheias de doenças ou com algum grau de diminuição das defesas, que elas usem máscara quase o tempo todo”, completa.


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