Saiba como se prevenir dos tipos de alergias mais comuns durante o frio

Saiba como se prevenir dos tipos de alergias mais comuns durante o frio

Complicações afetam principalmente o trato respiratório neste período

Lucas Eliel

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Com o ingresso de massa de ar frio no outono, e o inverno começando em pouco mais de um mês, as temperaturas caem no Rio Grande do Sul. Neste contexto de baixas temperaturas, cuidar da saúde deve sempre estar na rotina, e uma atenção especial deve ser dedicada para as alergias. 

A depender do caso, é necessário procurar um local de atendimento em saúde. O Correio do Povo conversou com a médica alergista e imunologista da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre e diretora científica da Sociedade de Alergia e Imunologia do Rio Grande do Sul, Helena Fleck Velasco, sobre as principais dúvidas. Abaixo, você confere perguntas e respostas para prevenir e identificar sintomas das alergias mais corriqueiras.

Quais são as alergias mais comuns no frio? 

As que afetam o sistema respiratório, como rinite e asma. A dermatite também pode acometer parte da população, pois dependendo da pessoa, ela se manifesta mais no frio. 

As alergias prejudiciais ao trato respiratório são mais presentes neste momento, levando em consideração a maior circulação de vírus respiratórios, que são gatilhos para crises alérgicas. A rinite mal tratada, por exemplo, tem a possibilidade de ser a porta de entrada de um quadro de resfriado pior, devido à inflamação no nariz. 

Quais são os sintomas destas alergias? 

A rinite causa espirros, coceira no nariz, olhos e garganta, principalmente nas manhãs e noites. Ela também gera obstrução nasal e coriza (secreção clara que escorre). 

A asma, por sua vez, tem como principal sintoma a tosse e falta de ar nas crises. Uma pessoa que acaba tossindo de forma crônica mesmo sem chiado, pode estar com esta complicação. É algo a ser investigado com um (a) profissional da saúde. 

Já a dermatite é uma doença de pele. Ela origina placas vermelhas e descamativas, fundamentalmente nas dobras do corpo, sendo responsável por bastante coceira, piorando as lesões.  

Como diferenciar uma alergia de um quadro de doença viral? 

Segundo a médica, esta separação entre um tipo de alergia e uma complicação viral é difícil por vezes até para os especialistas. É necessário pegar o histórico da pessoa e ver se ela está somente com sintomas nasais ou resfriado, por exemplo.

As alergias têm muito da questão da coceira, não muito comum aos resfriados, e geralmente as infecções por vírus possuem outros sintomas sistêmicos, como febre, dor de cabeça e no corpo.

É recomendado segurar o espirro? 

De forma alguma. O espirro é um reflexo do corpo e impedir este processo ocasiona problemas porque é causada uma grande pressão na região da face e em alguns casos pode resultar em rompimento de vasos dos olhos e hemorragia, além de dor de cabeça. 

Mas ao espirrar, deve haver medidas para não causar uma contaminação no local após expelir os fluidos em caso de infecção viral, utilizando lenços, máscara, ou a parte interna do cotovelo. Se a mão for uma saída, ele deve ser lavada após o espirro. 

Como deve ser feita a higienização do nariz? 

Com soro fisiológico e não com água da torneira. Deve ser realizada quantas vezes por dia a pessoa quiser, com a utilização de aplicativos nasais ou seringas. "Todas essas formas são efetivas e ajudam na saúde da mucosa dessa região", aponta. 

Quando buscar atendimento médico em relação às alergias? 

Além de casos de crises muito fortes de alergia, é aconselhável buscar atendimento quando os sintomas não findam. "Ninguém vai morrer de rinite, mas ela atrapalha o dia a dia, pois afeta a qualidade de sono, tira a atenção e causa mais cansaço", enfatiza a especialista.

Há fatores a serem analisados antes de procurar atendimento médico | Foto: Maria Eduarda Fortes

As crianças bem pequenas são mais vulneráveis em relação às alergias respiratórias no frio?  

Não necessariamente. É mais comum, conforme a especialista, que elas sejam mais atingidas por vírus, já que possuem um sistema imunológico ainda muito novo. "Poucas crianças têm rinite de verdade. As secreções nelas são mais infecciosas do que alérgicas", sinaliza. 

Este público costuma ter mais dermatite e alergias alimentares. As do tipo respiratório surgem de forma mais comum a partir da faixa dos cinco anos. Claro, há sempre as exceções.  

Como se prevenir das alergias?

É importante ressaltar que cada caso deve ser olhado de forma singular com um (a) profissional. Porém, em linhas gerais, as pessoas são mais alérgicas ao pó e existe uma série de cuidados possíveis, como: 

• lavar uma vez por semana as roupas de cama, trocar os travesseiros a cada dois anos e o colchão de cinco em cinco anos;

• optar por estantes de guardar livros com portas, e não as abertas que facilitam a entrada de poeira; 

• preferir passar um pano molhado em casa ao invés da vassoura;

• evitar bichos de pelúcia. 


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