Secretário de Saúde apresenta ações de combate à dengue

O secretário de Saúde de Porto Alegre, Fernando Ritter, apresentou na Câmara Municipal de Porto Alegre as ações da pasta de enfrentamento à dengue. Ele disse que o tema “nos preocupa bastante” e destacou o plano de contingência da Prefeitura para lidar com o aumento de casos da doença. Ritter afirmou que “o contexto epidemiológico está muito crítico” em partes do Brasil, ressaltando que este não é o caso de Porto Alegre. Ele destacou que a Prefeitura está em alerta, pois o monitoramento da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) indica que há um alto nível de infestação do mosquito Aedes aegypti na Capital.

Por conta dos efeitos do El Niño, o inverno do ano passado não teve dias sucessivos de frio, o que favoreceu a proliferação do inseto, destacou o secretário. A esta altura do ano, em 2023, havia seis casos confirmados em Porto Alegre. Em 2024, até o momento, são 141. Ritter disse que o nível de infestação do mosquito é crítico, mas está “bem abaixo” de outras regiões do estado. Ele atribuiu isso ao “trabalho de inteligência desenvolvido pelo município”. Do total, 106 foram contraídos na cidade (casos autóctones), 27 são importados (infecção fora da cidade) e oito não têm local de infecção determinado.

O total de casos suspeitos notificados à Equipe de Vigilância de Doenças Transmissíveis chega a 2.172 no período. Em 2023, no mesmo período, foram 134 notificações e 16 casos confirmados.A SMS realiza um monitoramento por meio de 910 armadilhas distribuídas em 46 bairros, que são vistoriadas uma vez por semana. O trabalho resulta no Mapa do Aedes, disponível no site da Prefeitura.

Dos casos confirmados, a faixa etária dos 21 a 30 anos está com a maior proporção (24,3%), e 54,8% dos pacientes são do sexo feminino. Os principais sintomas relatados pelos doentes foram febre (95,7%), mialgia (dor no corpo), com 82,9%, e cefaleia (dor de cabeça), com 82,2%. Em relação à infestação vetorial, a SMS registrou índice crítico, com alta infestação em 38 de 46 bairros monitorados com armadilhas.

O secretário destacou que a eliminação de criadouros – em sua maioria, pequenos recipientes, como pneus e garrafas – é a principal ação para combater o mosquito, e que a população precisa colaborar com o poder público para que isso aconteça. Ele informou que 80 militares das Forças Armadas estão passando por capacitação para auxiliar os trabalhadores da saúde de Porto Alegre na eliminação de criadouros.

Ritter afirmou que “a situação mais crítica ainda está por vir”, pois o pico da doença ocorre entre março, abril e maio. Ele ressaltou que não há nenhum caso de óbito confirmado em Porto Alegre por conta da doença neste ano. Em 2023, foram três mortes. Ritter disse que o objetivo da secretaria é que não haja nenhum óbito em 2024, “pois é uma morte totalmente evitável”.

O secretário destacou que pessoas com sintomas de dengue – como febre, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dor no corpo e dor nas articulações – devem procurar unidades de saúde. Ele ressaltou que a orientação de tratamento precoce é hidratação. Ele destacou que a SMS tem uma campanha de prevenção, com materiais informativos distribuídos pelos meios de comunicação e por redes sociais. O secretário pediu auxílio dos parlamentares para que não sejam disseminadas fake news sobre a dengue.

“Não estamos em emergência de saúde pública”, afirmou Ritter, destacando que há critérios técnicos para que essa situação seja decretada, e que eles não estão atendidos. O secretário citou as “ações de inteligência” da Prefeitura e disse acreditar que o “trabalho exemplar de uma equipe focada” fará com que a Capital não entre em uma situação de emergência por conta da dengue.

Os casos estão distribuídos em 52 bairros

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