Sindicatos protestam por repasse do piso da Enfermagem em Porto Alegre

Sindicatos protestam por repasse do piso da Enfermagem em Porto Alegre

Café da manhã na sede da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) marcou ato nesta sexta-feira

Felipe Faleiro

Protesto foi realizado no pátio da SMS, na manhã desta sexta

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Sindicatos realizaram nesta sexta-feira um café da manhã no pátio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), no bairro Farroupilha, em Porto Alegre, cobrando ações da pasta no pagamento ao piso da Enfermagem. O ato unificado foi promovido pelo Sindisaúde-RS, Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), Associação das Servidoras e Servidores do Hospital Materno Infantil Presidente Vargas (ASSERPV), Associação dos Servidores do HPS (ASHPS) e Cores Saúde.

A principal demanda das entidades sindicais é, segundo o presidente do Sindisaúde-RS, Júlio Jesien, a falta de repasse de valores, por parte da SMS, aos hospitais que atendem via SUS, mesmo particulares e filantrópicos, sendo que, na Capital, os recursos já estão liberados pelo Fundo Nacional de Saúde desde 22 de agosto. “Até agora, não temos nada. Então, a intenção é pressionar para que o processo tenha mais celeridade para que o valor chegue efetivamente precisa, que é nos trabalhadores”, afirmou ele. “Estamos falando de milhares de pessoas que estão aguardando”.

Ainda conforme Jesien, a alegação da secretaria é a de que haveria carências no processo organizado pelo governo federal, gerando “problemas para quem está recebendo o dinheiro para transferir”. “No nosso entendimento, porém, o STF (Supremo Tribunal Federal) foi muito claro. Repassa aquilo que receber. Se você receber dez reais para o trabalhador, repassa os dez. E isso com qualquer valor”, justificou. O prazo para pagamento também havia sido determinado em até 30 dias após o recebimento, ou seja, deveria ter sido feito, segundo os sindicatos, até 22 de setembro.

Procurada, a SMS informou que está elaborando uma resposta à demanda. O piso nacional da Enfermagem, tanto no setor público quanto privado, havia sido aprovado pela lei 14.434, de 2022, e determinava o pagamento de R$ 4.750 mensais para enfermeiros contratados pela CLT, R$ 3.325 para técnicos em Enfermagem, correspondente a 70% deste valor, e R$ 2.375 para parteiras e auxiliares, ou 50% do valor inicial. 

Em setembro de 2022, o ministro do STF Luís Roberto Barroso, atual presidente da corte, suspendeu os repasses, alegando falta de estudos sobre os impactos financeiros da medida. No mês de maio deste ano, após o presidente Luís Inácio Lula da Silva liberar R$ 7,3 bilhões, Barroso liberou os pagamentos, determinando que os mesmos seriam feitos conforme o valor encaminhado pelo governo federal para estados, municípios e Distrito Federal, bem como entidades privadas que atendam, no mínimo, 60% de seus pacientes pelo SUS.


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