Variante Éris gera alertas para uso de máscara e ampliação da cobertura vacinal de Covid-19

Variante Éris gera alertas para uso de máscara e ampliação da cobertura vacinal de Covid-19

Cepa já reportada em três estados brasileiros é conhecida pelo aumento de casos de contágio, mas não de hospitalizações

Matheus Chaparini

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Uma nova variante do coronavírus se espalha pelo mundo e gera aumento de casos em diversos países. A cepa EG.5, conhecida como Éris, já foi detectada em mais de 50 países, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, a variante foi confirmada em pacientes de pelo menos três unidades da federação: São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal.

O primeiro caso registrado no Brasil foi em São Paulo, no dia 17 de agosto, pela Sociedade Brasileira de Infectologia. A paciente, uma senhora de 71 anos, buscou atendimento no dia 3, com sintomas compatíveis com os de covid-19. A idosa apresentou tosse, fadiga e dor de cabeça e estava com a cobertura vacinal completa. Ela teve alta no dia seguinte.

O Ministério da Saúde recomendou a retomada do uso de máscaras por pessoas com sintomas gripais e grupos de risco. A nota técnica destaca que, ainda que a OMS tenha declarado o fim da Emergência de Saúde Pública em função da Covid-19, o vírus segue circulando entre nós e sofrendo variações. Em Porto Alegre, a Secretaria Municipal de Saúde também fez recomendação semelhante.

Considerada altamente contagiosa, a variante se espalha com velocidade do que a variante Ômicron, da qual se origina. No entanto, a Éris não tem a tendência de levar a casos mais graves. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica-a como "variante de interesse".

“Onde essa variante está circulando a gente vê um aumento de casos, mas a gente não está vendo um aumento nas hospitalizações até agora, o que é um indicativo positivo, mostrando que essa imunidade adquirida até o momento parece estar evitando esse aumento das hospitalizações”, afirma a biomédica Mellanie Fontes-Dutra, doutora em neurociências pela UFRGS, professora da Escola de Saúde da Unisinos e coordenadora da Rede Análise.

CEVS monitora cenário no RS

No Rio Grande do Sul, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, nenhum caso da nova variante havia sido detectado até essa sexta-feira (1º). De modo geral, o cenário da Covid-19 no Estado é estável. Ainda assim, o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) monitora a situação por meio da vigilância genômica.  

Méllanie alerta que a ausência de casos confirmados não significa que o vírus não esteja em circulação. “Apesar de não tem ainda casos reportados da variante, é muito difícil estabelecer que ela não está já circulando. A gente sabe que a testagem diminuiu muito. Então isso acaba nos deixando meio cegos para o nosso cenário real.”

Vacina bivalente tem baixa cobertura

A professora destaca como fator de preocupação em relação às novas variantes que venham a surgir é a baixa cobertura vacinal com a vacina bivalente: "temos muitos brasileiros que ainda não receberam a dose de reforço atualizada contra Covid-19. Isso pode ser muito importante para evitar uma possível complicação no caso de uma infecção por esse vírus".

De acordo com os dados da Secretaria de Saúde, 56,3% da população gaúcha possui o esquema vacinal completo. A cobertura é maior entre idosos com 80 anos ou mais. Já entre os adolescentes, apenas 23,9% deles possuem todas as vacinas contra o coronavírus. 

Ministério recomenda uso de máscaras

O Ministério da Saúde divulgou uma nota técnica em que recomenda o uso de máscaras de proteção facial para pessoas com sintomas gripais, pessoas que apresentem fatores de risco para Covid-19 e casos suspeitos ou confirmados da doença.

A nota foi emitida no dia 23 de agosto. O MS destaca que, ainda que a Organização Mundial da Saúde (OMS) tenha declarado o fim da emergência em saúde pública de importância internacional em função da Covid-19, o vírus continua a circular no Brasil e no mundo.

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, os grupos com fatores de risco para complicações da Covid-19 incluem imunossuprimidos, idosos, gestantes e pessoas com comorbidades. As situações em que os cuidados devem ser ampliados são em locais fechados e não ventilados, aglomerações e serviços de saúde.


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