Sonda da Nasa chega a asteroide com pequena probabilidade de atingir a Terra
OSIRIS-REx viajou mais de dois anos e 1,2 bilhão de quilômetros
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A missão inclui o mapeamento da área de Bennu e a busca por um local seguro e frutífero para coletar uma amostra: a espaçonave tocará brevemente a superfície por volta de julho de 2020 para coletar pelo menos 60 gramas de terra e pedras. Após a missão, a OSIRIS-REx colocará os materiais em uma cápsula e viajará de volta à Terra, deixando o objeto no deserto do estado americano de Utah em 2023, onde cientistas estarão esperando para coletá-lo.
Conforme a Nasa, os asteroides são remanescentes dos blocos de construção que formaram os planetas e permitiram a vida. Ao contrário da maioria daqueles que circundam o Sol entre Marte e Júpiter, Bennu fica mais perto da Terra. Ele faz sua aproximação mais próxima do planeta a cada seis anos. Na última vez em que isso ocorreu, em setembro de 2017, a Nasa aproveitou a oportunidade para lançar a sonda, usando a gravidade para impulsioná-la.
“Como exploradores, nunca nos esquivamos dos desafios mais extremos do sistema solar em nossa busca por conhecimento”, disse Lori Glaze, diretora interina da Divisão de Ciências Planetárias da Nasa, em um comunicado divulgado pela Agência. "Agora estamos nisso de novo, trabalhando com nossos parceiros nos EUA e no Canadá para realizar a tarefa de trazer de volta à Terra uma parte do sistema solar primitivo", completou.
Bennu tem um diâmetro de 492 metros, área um pouco maior que a altura do Empire State Building, em Nova Iorque. Por conta disso, caso venha a atingit a Terra, não causará completa destruição. O tamanho também o faz mais acessível que outros astros e o tornará o menor objeto já orbitado por uma nave espacial quando a OSIRIS-REx atingir sua órbita em 31 de dezembro. Com isso, a sonda chegará a cerca de três quartos de uma milha (1,25 quilômetros) da sua superfície do asteroide.
"Dados iniciais da fase de aproximação mostram que esse objeto tem um valor científico excepcional. Nós não podemos esperar para começar nossa exploração. Estamos nos preparando para este momento há anos e estamos prontos", comentou Dante Lauretta, investigador principal da missão na Universidade do Arizona, em Tucson.
Fragmento remanescente da formação do sistema solar, Bennu tem minerais que podem ser ainda mais antigos. Esses grãos microscópicos de poeira poderiam ser os mesmos que foram expelidos das estrelas e, finalmente, se uniram para formar o Sol e seus planetas há quase 4,6 bilhões de anos. Contudo, o asteroide tem sido preservado no vácuo do espaço.