Socialismo é tema de primeiro painel do Fórum da Liberdade

Socialismo é tema de primeiro painel do Fórum da Liberdade

Assunto provocou fortes críticas durante o debate

Sandro Schreiner/ Correio do Povo

Fórum da Liberdade ocorre hoje em Porto Alegre

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O socialismo e o papel do Estado neste sistema foi o tema do primeiro painel da manhã desta terça-feira, no XXIII Fórum da Liberdade, em Porto Alegre. O assunto suscitou críticas fortes e uma defesa contestada por boa parte do público presente. O assunto foi debatido pelo cofundador do Instituto Milenium e diretor do Instituto Liberal Rodrigo Constantino, o filósofo e um dos fundadores do grupo Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) João Quartim de Moraes e o professor de economia da Universidade San Francisco de Quito, o equatoriano Juan Fernando Carpio.

Abrindo os trabalhos, Constantino foi um crítico mordaz do sistema socialista. Para ele, o intervencionismo do Estado, não apenas neste sistema, mas nele de forma preponderante, impede que as relações de mercado possam gerar melhores resultados. Constantino destacou como uma dessas situações o fato de que cada vez mais o crédito em países que adotam o socialismo ou caminham em sua direção está nas mãos do Estado. “É uma forma indireta de fazer com que as empresas e o próprio mercado livre acabem ficando reféns dos governos, que dessa forma pressionam pelo controle dos meios de produção, sem que uma política de preços, como ocorre nas economias liberais, possa normalizar as relações entre os diferentes grupos sociais”, sustentou Constantino.

Como exemplo dessa crise do socialismo, ele enfatizou que é cada vez menor o acesso aos bens em países socialistas, como Cuba, a quem chamou de “ilha-presídio caribenha”. Segundo ele, se pudessem, mais cubanos deixariam o país em busca de melhores condições de vida, nos Estados Unidos ou outros países. “Garanto que até mesmo o Raul e o Fidel Castro acabariam pegando uma balsa para Miami”, disse, causando risos na plateia.

Por sua vez, o filósofo João Quartim de Moraes, lembrou que a discussão sobre os resultados do socialismo precisam ser analisados, também, pelo prisma cultural e histórico. Ele considerou equivocada a análise de que qualquer reflexo positivo seja um bem criado apenas pelo mercado, enquanto as coisas ruins seriam sempre fruto do papel do Estado. Segundo ele, nunca existiu sociedade onde o mercado não sofreu ações políticas, que muitas vezes mudaram rumos e objetivos. “Dizer que tudo o que existe de bom é fruto do mercado e que tudo que existe de ruim é culpa do Estado é uma lógica inversa, pois os Estados Unidos, que são o maior defensor liberal, também possuem o maior aparelho de Estado”, afirmou ao citar os gastos anuais, da ordem de US$ 700 bilhões, com as Forças Armadas naquele país.

Juan Carpio, por sua vez, destacou os efeitos da tentativa do presidente Rafael Correa de implementar o socialismo no Equador. Para ele, ao impor ideias do marxismo, que não são velhas, mas sim falsas, o governo está afastando empresas e muitos universitários do país. Para ele, o capitalismo é capaz de criar igualdades, uma vez que existem menos travas e barreiras estatistas. “Há grupos que renegam a tentativa socialista, criando uma espécie de capitalismo popular que acredito ser uma das alternativas aos maus resultados socialistas”, destacou.

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