Rio Grande do Sul abriga mais de 10 mil haitianos e quase 4 mil senegaleses
Seminário Estadual de Mobilidade Urbana discutiu a violência contra migrantes
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Segundo Bozzetto, existe um contexto no Estado que está conspirando contra a presença dos migrantes. “Queremos a superação da violência e do racismo contra os migrantes. O nosso objetivo é criar uma consciência de acolhimento adequado aos migrantes no Rio Grande do Sul”, destacou. Além disso, Bozzetto disse que o Fórum quer atuar com os órgãos públicos para garantir o acesso dos estrangeiros aos seus direitos.
O advogado Adriano Pistorello, do Fórum Permanente de Mobilidade Urbana do Rio Grande do Sul, fez um depoimento de um ataque a um senegalês por um grupo de taxistas. Ele sofreu golpes de facão e quase teve a mão decepada. O motivo do ataque foi pelo fato do rapaz senegalês não ter concordado com o valor cobrado pela corrida de táxi. Segundo Departamento de Migração da Polícia Federal, no Brasil existem 2.097.00 imigrantes. Deste total, 108.861 estão no Rio Grande do Sul - a maioria dos países latino-americanos, seguido por imigrantes europeus e em menor número da África, Caribe e Ásia. Os imigrantes haitianos no Brasil somam 88.929 pessoas. No Rio Grande do Sul, são 11.473 e 2.203 em Porto Alegre. No Estado, os senegaleses totalizam 3.900 pessoas e 1.200 em Porto Alegre.
Conforme Bozzetto, no começo de 2012 a inserção dos imigrantes no mercado de trabalho era de mais de 95% com atuação em frigoríficos, construção civil, setor metalúrgico, moveleiro, postos de combustíveis (frentistas), ambulantes e serviços gerais - casas, hospitais, limpeza urbana e restaurantes e hotéis. De acordo com o Fórum Permanente de Mobilidade Urbana, cerca de 85% encontraram trabalho em regiões do interior do Estado onde o crescimento econômico era expressivo como as regiões do Vale do Taquari, do Sinos, região da Serra gaúcha e Planalto.
Segundo Bozzetto, os imigrantes sofrem por parte da população local ataques com gestos ou palavras xenofóbicas, expressões racistas, discriminações e acusações de que são usurpadores de postos de trabalho dos brasileiros. Além disso, conforme Bozzetto, existe uma falta de interesse dos serviços públicos de inúmeros municípios em realizar o cadastro único do SUS que possibilitaria o atendimento na área da saúde.