Vídeo mostra operação que prendeu hackers no RS

Vídeo mostra operação que prendeu hackers no RS

Patrimônio da quadrilha pode chegar a R$ 2 milhões, incluindo carros de luxo e um jet-ski

Correio do Povo

Carros de luxo também foram apreendidos

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Imagens da Operação Dedicado divulgadas pela Polícia Federal (PF) mostram a ação dos policiais, realizada no fim da madrugada desta quinta-feira, em diversas cidades do Rio Grande do Sul e no Pará. No vídeo, algumas viaturas da PF chegam a uma residência de luxo, onde ocorreu uma das prisões. São recolhidos documentos e provas do envolvimento da quadrilha com o desvio de dinheiro. A casa possui uma piscina.

A Operação Dedicado prendeu 13 integrantes de uma quadrilha de hackers que atuava no Rio Grande do Sul. O patrimônio apreendido e que será agora confiscado chega a cerca de R$ 2 milhões, incluindo veículos de luxo, apartamentos, casas e terrenos, entre outros bens. Há suspeita de que nas contas dos acusados estejam depositadas altas quantias de dinheiro. Os sigilos bancários já foram solicitados.

Responsável pelas investigações iniciadas em abril de 2010, o delegado Rinaldo de Souza, da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários (Delefaz) da PF, estima que a organização criminosa obteve mais de R$ 5 milhões apenas no período de um ano. Entre os presos, está um dos maiores hackers gaúchos e o braço-direito dele, um paraense. A ação foi realizada em Porto Alegre, Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul, São Leopoldo e Tramandaí, além da cidade de Marabá, no Pará. O hacker gaúcho atua há cerca de dez anos no ramos e levava uma vida luxuosa. Ele se aliou ao hacker paraense há dois anos.

Na operação, que mobilizou 90 policiais federais em 30 viaturas, foram cumpridos nove mandados de prisão preventiva e outros 16 mandados de busca e apreensão. Computadores, documentos e até uma pistola foram recolhidos, além de nove veículos, um jet-ski e uma mini moto. “Outros 15 envolvidos poderão ser presos em breve”, revelou o delegado ao confirmar o avanço das investigações.

                          

Criminosos invadiam computadores e transferiam dinheiro


De acordo com a PF, a quadrilha era especializada em fraudes eletrônicas bancárias por meio da Internet. As investigações foram conduzidas pelo Grupo de Repressão a Fraudes Bancárias Eletrônicas da Delefaz, que teve muito trabalho para identificar e desmantelar o grupo devido à estratégia adotada pelo hacker. A organização criminosa locava no exterior vários servidores dedicados da rede mundial de computadores e mudava eles a todo o momento para que não fossem detectados.

Os criminosos enviavam, então, e-mails maliciosos, contendo vírus chamados de “trojans” que infectavam os computadores dos internautas caso fossem clicados. Geralmente, as pessoas eram atraídas pela curiosidade de olharem fotos eróticas, vídeos inéditos e supostas notícias bombásticas. Os anti-vírus dos computadores destas vítimas não detectavam os “trojans” e nem descobriam depois que as máquinas estavam infectadas e sendo controladas remotamente pela quadrilha. Quando as pessoas usavam senhas dos bancos e de cartões de créditos nos seus computadores, os hackers imediatamente capturavam as mesmas em um processo conhecido como phishing.

Com as senhas, os criminosos efetuavam a transferência do dinheiro das contas das vítimas para outras abertas em nome de “laranjas”, ou pagavam contas e impostos via boletos como se fosse os próprios lesados, bem como compravam bens, inclusive de veículos de luxo como um Porsche que foi apreendido. Clientes de vários bancos foram alvo da quadrilha. Até empresas de fachada a serviço do grupo eram usadas para emissão de boletos sem a devida contrapartida em relação à prestação de serviços ou venda de produtos. Nem a emissão de passagens áreas, em nome das vítimas com seus pontos do programa de milhagem, escaparam dos hackers.

De acordo com a PF, as investigações fazem parte do Projeto Tentáculos, uma parceria entre a Caixa Econômica Federal, Ministério Público Federal e a Polícia Federal com a utilização de um software desenvolvido para investigar fraudes realizadas contra o banco. Uma parceria com a Febraban já foi firmada e, em breve, a PF estará recebendo informações sobre crimes praticados contra as demais instituições do sistema bancário nacional.


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