Cavalgada do Mar, novos encargos e Sepé Tiaraju

Cavalgada do Mar, novos encargos e Sepé Tiaraju

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Renato Panatieri

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Cavalgada do Mar

É gratificante ver os cavaleiros gaúchos mais uma vez levando a tradição gaúcha na garupa dos seus cavalos no Litoral Norte. Segundo o Correio do Povo, serão mais de 330 quilômetros em uma cavalgada que se iniciou em Torres e se encerrará em Palmares do Sul no próximo dia 10. A gauchada amiga se reúne e faz um longo percurso promovido pelo Instituto Cultural Cavalgada do Mar. Não podemos esquecer do significado de que a maioria dos gaúchos não desiste nunca de seus propósitos. Temos de preservar a nossa história e os nossos costumes.
João José S. Silveira, Porto Alegre, via e-mail

Novos encargos

Fato preocupante, noticiado com dados concretos, ter sido encerrado o exercício de 2023 do governo federal com rombo de mais de R$ 230 bilhões. Como somos os pagadores, na condição de pobres mortais, de todas as contas – o poder público não gera receita – e não se tem notícia de redução de despesas, somos levados a pensar, oxalá estejamos equivocados, que encargos, afora os atuais, serão criados. É indiferente para o contribuinte que haja, no quantitativo, parcela de outro exercício (pagamento de precatórios). Consabido que só se pode gastar, vale para empresas e pessoas físicas, óbvio que igualmente para o poder público, no limite do arrecadado. Se mais, na área privada a “gente quebra”, na área pública costumeiramente buscado amparo dos sofridos contribuintes, como se fossem sócios anônimos! Oportuno destacar, a realidade nacional afirma, inviável pensar na imposição de novos tributos ou em majoração de alíquotas dos existentes. Resta apenas um caminho, resguardando direitos, operar redução de despesas, enxugando, como medida primeira (não única), a pesada máquina administrativa.
Jorge Lisbôa Goelzer, Erechim, via e-mail

Sepé Tiaraju

“Esta terra tem dono”, bradou José Tiaraju ao tombar em combate com soldados dos reinos de Portugal e Espanha no dia 7 de fevereiro de 1756, durante batalha em Batovi, hoje São Gabriel. Em 1750 os dois reinos assinaram o Tratado de Tordesilhas, pelo qual dividiam as terras descobertas entre os dois reinados e expulsavam os 50 mil índios guaranis cristianizados das Missões Jesuíticas estabelecidas na Argentina, no Brasil/RS e no Paraguai. José Tiaraju, o Sepé Tiaraju, era corregedor, o prefeito eleito, da Redução de São Miguel que com sete mil índios era a maior dos Sete Povos no RS e liderou a resistência contra a expulsão durante seis anos de batalhas. Três dias depois de sua morte, mil e quinhentos guaranis, armados com lanças e arcos e flechas, foram trucidados por balas de canhão disparadas pelos exércitos português e espanhol na histórica batalha de Caiboaté, banhando de sangue guarani o território missioneiro. Em seis anos foram destruídas as Missões Jesuítas, que durante 150 anos se constituíram em sociedades cristãs, muito produtivas, solidárias e fraternas. Sepé Tiaraju − um santo para o povo: São Sepé − é reconhecido por lei como herói gaúcho e como herói brasileiro, mas muito menos conhecido e reverenciado do que deveria ser.
Sérgio Becker, Porto Alegre, via e-mail


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