Ajuda, solidariedade e reconstrução

Ajuda, solidariedade e reconstrução

Em meio a exemplos de heroísmo dos voluntários e da onda de solidariedade dos brasileiros, o RS vai reunindo forças para se reconstruir e voltar a ser uma unidade pujante e produtiva no âmbito da federação que tão bem ajudou a construir ao longo da nossa história.

Correio do Povo

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A eclosão da maior tragédia da história do Rio Grande do Sul e do Brasil está chamando a atenção do mundo e mobilizando milhares e milhares de pessoas numa gigantesca onda de manifestações de solidariedade. A sociedade está mostrando seu poder de ação, o que serve para amenizar a dor e o luto de todos os desabrigados e dos atingidos pela catástrofe. Em meio ao desalento das famílias, surgem a toda hora exemplos de abnegação, como no caso dos voluntários que ajudam a salvar vidas, muitos deles encontrando coragem em meio às próprias adversidades pessoais de perdas materiais ou de familiares e amigos. Em cada pessoa resgatada, em cada consolo, em cada reencontro, em cada abraço do dono no seu animal de estimação, muitas vezes então perdido, é como se fosse uma pequena vitória da dignidade humana.

Para além do que possa falar, as imagens falam por si só e o cenário é de desolação. Entre prantos e lágrimas, surge resoluta a vontade de vencer, de viver, de continuar em meio aos afetos, de reorganizar a vida, porque isso é algo imperioso, que não se pode mitigar. É por isso que a coletividade cobra das autoridades ações enérgicas para salvaguardar o possível, preservar vidas ao máximo, e para realizar obras que tenham o condão de fazer frente aos sinistros futuros, que se tem como certo que virão.

No curto prazo, e com a aprovação do decreto de calamidade do governo federal, espera-se que haja recursos suficientes para embasar uma atuação concreta para minorar os prejuízos, com aportes vultosos em infraestrutura e na reconstrução de equipamentos e de estradas, bem como para a edificação de moradias para quem perdeu seu teto. O Rio Grande do Sul, que tanto já fez pelo Brasil, agora requer uma atenção para ultrapassar essa quadra dolorosa da sua história. O Estado nunca faltou ao país e tudo indica que o pais não lhe faltará agora.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895