Cães adestrados nos presídios do RS

Cães adestrados nos presídios do RS

Os adestradores sabem que os cães, quando acompanham os policiais nas revistas, naturalmente provocam inibição. O ímpeto dos presos de reagir diminui, pois o cachorro tem grande poder de persuasão.

Correio do Povo

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A importância dos cães adestrados para o combate ao crime organizado é inegável. Além do auxílio dos policiais penais, o sistema penitenciário estadual conta com a ajuda de cães treinados para o controle das casas prisionais. Esta modalidade consegue frustrar tentativas de fuga, participa de revistas e escoltas. Por experiência, os adestradores sabem que os cães, quando acompanham os policiais em procedimentos de revista, naturalmente provocam inibição. Para o coordenador do canil da 9ª Delegacia Penitenciária Regional (DPR), Anderson Cardoso, quando há um cão o ímpeto dos presos de reagir diminui, pois o cachorro tem um grande poder de persuasão psicológica.

No entanto, há relatos de morte no cumprimento do dever. Em sua coluna semanal, Oscar Bessi contou a história de um cão, chamado Borg, que morreu no cumprimento de uma missão em um motim na Penitenciária Estadual do Jacuí, em Charqueadas. Ao entrar na sala de visitação, onde os presos mantinham reféns, Borg foi atingido por estocadas. Mesmo ferido, o cão neutralizou o detento, mas não resistiu. Há também cães treinados como um pastor alemão, que integrou uma missão de paz da ONU no Batalhão de Suez, em 1964, e de outro que ganhou uma estátua esculpida em rocha em Caxias do Sul, por ser referência para a comunidade.

O canil da 9ª DPR foi criado para atender as necessidades da unidade. Porém, em 2021 passou a atender as casas prisionais de todo o Estado. Com habilitação em cinotecnia, Anderson Cardoso supervisiona a matilha de 16 animais. Entre as funções estão as atividades de faro e intervenção. O cão de faro é empregado para detectar possível material de ilícito e facilita a revista nas celas. Também é treinado para identificar os fugitivos por seu cheiro específico. Estes cães são de grande utilidade na manutenção da segurança. Ajudam as polícias a trabalhar de forma cooperativa para atingir o que a sociedade mais almeja: o retorno da confiança nas estruturas de segurança e a sensação de estarmos protegidos.


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