Experiências a serem consideradas
A certeza de novos adventos dos infortúnios climáticos no Estado demanda das autoridades e da iniciativa privada a busca de prevenção para que se consiga minorar no futuro os estragos sempre iminentes.
publicidade
As tragédias que se consumaram no RS neste 2023 deixaram um rastro de pesar e de destruição, com dezenas de mortes, com as cheias deixando muitas pessoas feridas e desalojadas. As cidades mais atingidas foram Roca Salles, Muçum, Encantado, Lajeado e Estrela, entre outras. Até hoje, as consequências desses fatos lamentáveis ainda não foram devidamente mitigadas, como no atraso da construção de novas moradias em lugares mais seguros. Os projetos, de um modo geral, ainda não saíram do papel, seja por atraso dos estudos técnicos, seja por falta de verbas.
A par disso, com o encaminhamento ainda pouco célere de soluções, a coletividade tenta se prevenir acerca de fenômenos naturais danosos que cada vez mais se repetem com menor periodicidade. A certeza de novos adventos desses infortúnios demanda das autoridades e da iniciativa privada a busca de prevenção para que se consiga minorar no futuro os estragos sempre iminentes. É por isso que é preciso que o poder público esteja atento a estudos e levantamentos que possam indicar medidas efetivas que possam ser adotadas.
Nessa esteira, é importante que se acompanhe de perto uma atividade que está sendo desenvolvida no Rio de Janeiro visando à prevenção de enchentes com uma estratégia baseada na recuperação da vegetação naquele estado da federação. A pesquisa é da UFRJ e avaliou que, caso implementadas as estratégias de soluções baseadas na natureza (SbN), projetadas pelo Instituto Estadual do Meio Ambiente (Inea), é viável a redução do risco de enchentes com base na proteção e recuperação de áreas naturais, com o aumento de até 57% na quantidade de água absorvida. Dessa forma, poderia ficar em quase 200 milhões de metros cúbicos a retenção de chuva no solo. A sigla SbN foi criada pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (UICN) e está ligada a projetos que poderiam resolver problemas relacionados a inundações, com foco na proteção e recuperação de áreas naturais. Os bons estudos têm de ser acompanhados de perto.
