Impactos do clima na cadeia alimentar

Impactos do clima na cadeia alimentar

O agronegócio é altamente dependente do clima, desde a plantação, passando pelo desenvolvimento até a colheita. As mudanças climáticas afetam tanto a agricultura quanto a silvicultura e a pecuária.

Correio do Povo

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Após enfrentar o excesso de chuvas no segundo semestre de 2023 e adiar a semeadura das lavouras de soja, os agricultores gaúchos deparam-se com um novo desafio: a falta de chuva e a seca. Entidades ligadas ao setor agrícola projetam novo recuo à safra de grãos. Perdas com as extremidades climáticas devem resultar em uma colheita 6,3% menor este ano que em 2023.

O agronegócio é altamente dependente do clima, desde a plantação, passando pelo desenvolvimento até a colheita. Em sendo assim, aumentos de temperatura e dióxido de carbono (CO2) podem ampliar o rendimento de muitas culturas.

O aquecimento global deve provocar uma mudança significativa no mapa da agricultura brasileira, gerando a redução de áreas produtoras e prejuízos econômicos de cerca de R$ 7,4 bilhões em 2020 e de R$ 14 bilhões em 2070. Os resultados fazem parte do estudo “Aquecimento Global e Cenários Futuros da Agricultura Brasileira”, que avalia o impacto do aumento da temperatura sobre a agricultura em 2020, 2050 e 2070.

As mudanças climáticas afetam tanto a agricultura quanto a silvicultura e a pecuária, alterando as condições de crescimento das culturas e plantas − e, por sua vez, o fornecimento de alimentos −, aumentando a pressão sobre a disponibilidade de solo e água, bem como métodos agrícolas com dependência de fertilizantes ou outros produtos químicos. O Rio Grande do Sul é grande produtor de grãos como arroz, feijão, milho e soja. O excesso de chuva e sol atrapalharam o desenvolvimento e põem a safra gaúcha de grãos “no limite”, apesar de as perspectivas serem um pouco melhores do que as da safra passada. Mas ainda com possibilidade de perdas nas safras deste ano. Diante disso, excesso de chuvas que provocam alagamentos nas lavouras e áreas de criação de gado, aves e suínos, assim como a estiagem e as altas temperaturas verificadas neste início de ano afetam diretamente a cadeia alimentar, com a diminuição da oferta e a consequente elevação dos preços.


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