Metas do PNE ainda distantes

Uma das medidas mais estratégicas para o desenvolvimento do país no tocante ao aprendizado dos alunos, o Plano Nacional de Educação (PNE) ainda está com resultados muito aquém do esperado, não obstante ter sido planejado para uma década, entre 2014 e 2024, como uma política pública de vários governos. E agora já está chegando a hora de planejar a década seguinte no ano vindouro (2024-2034), o que constitui um novo desafio a ser cumprido sem que seus objetivos tenham sido satisfatoriamente atingidos. Segundo o Ministério da Educação (MEC), o plano em vigor tem 56 objetivos estabelecidos e apenas seis deles conseguiram chegar ao patamar anteriormente definido para 2024. O MEC afirma ter criado um grupo de trabalho para debater sobre as metas do PNE e já está atrasado para entregar o planejamento para o próximo decênio.

De acordo com o levantamento de vários especialistas, essas metas, de um modo geral, não chegaram a ser cumpridas. Os indicadores mostram que 37,7% das crianças de zero a três anos frequentam creches, sendo que o objetivo até 2024 é alcançar 50%; 93% das crianças de 4 a 5 anos frequentam escolas, porém a meta é 100%; 82,9% dos alunos com até 16 anos concluíram o ensino fundamental, embora o objetivo seja de 95%; 12,3% é a taxa de analfabetismo funcional da população de 15 anos ou mais, não obstante a meta do governo seja de diminuir para 8,9% até 2024. Também a meta 17, que envolve a valorização do professor, não foi atingida e a carreira continua como uma das menos atraentes entre os profissionais de nível superior.

Essa realidade a ser mudada tem sido, infelizmente, referendada também nos rankings de educação, como no mais importante, medido pela Organização das Nações Unidas (ONU). Num grupo de cerca de 60 nações, o Brasil está estratificado nas últimas colocações. É por isso que renovar as metas do PNE e cumpri-las na sua integralidade constitui direito dos alunos e dever dos governantes.