O impasse das creches no país

O impasse das creches no país

Os primeiros anos da vida escolar dos infantes são a fase em que a socialização cumpre um papel fundamental para uma infância mais plena, o que vai repercutir em todas as demais fases da sua vida.

Correio do Povo

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A questão da falta de vagas nas creches é algo que interfere diretamente no cotidiano das famílias, nos seus rendimentos, por conta da necessidade de um responsável ter que cuidar do menor e, portanto, ter que ficar sem trabalhar, e, também, por representar uma desassistência no aprendizado exatamente nos primeiros anos. Esse é o estágio em que a socialização cumpre um papel fundamental para uma infância mais plena, o que vai repercutir em todas as demais fases da vida. Essa tarefa cabe ao poder público nas suas três esferas, com atribuição maior para os municípios por estarem mais perto das demandas, mas com o devido financiamento e repasse de verbas por parte dos estados e da União.

Os números de crianças que necessitam de serem integradas a essa fase da vida pré-escolar, de acordo com um levantamento do movimento Todos pela Educação (TPE), realizado a partir de dados provenientes de uma coleta do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam que cerca 2,3 milhões de crianças de até três anos de idade não têm acesso ao serviço de creches. Esse montante está longe de apontar para o que determina o Plano Nacional de Educação (PNE), Lei 13.005/2014, que estabelece que o país deve atender pelo menos 50% das crianças dessa faixa etária nas creches até 2024. Atualmente, 4,7 milhões de crianças estão matriculadas em creches, o que representa 40% da meta estipulada.

Como uma das maiores economias do planeta, a educação brasileira precisa evoluir para uma melhor relação de custo/benefício, haja vista que grande parte dos tributos é alocada no setor. O segmento escolar que envolve esse primeiro estágio da vida do infante deve receber a devida atenção das autoridades. O suporte que a escola pode propiciar aos clãs familiares é muito importante do ponto de vista socioeconômico. Como bem exemplifica aquela máxima, quem planta colhe. Em matéria de educação, esse preceito também é válido e atemporal.


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DESDE 1º DE OUTUBRO 1895