Recuperação possível

Recuperação possível

Correio do Povo

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Algo que vem gerando muita discussão durante e após a pandemia diz respeito à aferição de eventual prejuízo ao aprendizado de crianças e de adolescentes devido à imperiosidade de estudar de forma remota naquele período. Há muitas estimativas sobre como recuperar esse tempo e conseguir com que os alunos possam incorporar os conhecimentos perdidos nessa defasagem. Algumas análises são otimistas, outras nem tanto. Mas há consenso que de que a mitigação de danos envolve muitas ações efetivas por parte de autoridades, professores e profissionais da educação.

Uma pesquisa intitulada Recomposição das aprendizagens e desigualdades educacionais após a pandemia Covid-19: um estudo em Sobral/CE, realizado por pesquisadores do Laboratório de Pesquisa em Oportunidades Educacionais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LaPOpE) vem lançar algumas luzes sobre o tema. Eles se debruçaram sobre a situação de alunos que frequentaram o segundo ano da pré-escola em 2020, com nove meses de atividades à distância devido à pandemia de Covid-19. Esse segmento teve perda de 6 a 7 meses de aprendizagem em linguagem e matemática na comparação com os que vivenciaram o mesmo período da pré-escola em 2019, na modalidade presencial. Todavia, as autoras do levantamento indicam que, com a adoção de medidas apropriadas, esse déficit nos estudos gerados pela pandemia pode ser sim recuperado, o que não deixa de ser uma boa notícia para as famílias e para a coletividade escolar.

Evidentemente, planejamento e aportes orçamentários são fundamentais para que as ações pedagógicas restauradoras sejam exitosas. Como bem recomendam os pesquisadores, a criação de uma rede nacional, com os setores educacionais dos entes federados atuando em parceria e interação, é fundamental para que essa recuperação de conteúdos chegue a cada estado, a cada município, a cada comunidade, a cada sala de aula.


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