Um elo espúrio a ser combatido

Há um costumeiro dito sobre delitos que, tratando especificamente de furtos ou de roubos, versa que, comumente, eles só se consumam porque existe uma demanda pelos objetos, um receptador que, na outra ponta, estimula a que os meliantes realizem seus malfeitos sabendo que ele lhes garantirá um mercado próprio para que possam ser remunerados pelo produto ilícito. É por isso que sempre que as autoridades tomam medidas para reprimir essas condutas, há nelas, além do sentido da reação necessária a uma ação delituosa, visando investigar e punir, também um viés preventivo porque, quebrando essa circulo vicioso do mal, diminuirá o estímulo para que os delinquentes realizem novos ilícitos contra o patrimônio de outrem.

É por conta dessa significativa e espúria aliança entre foras da lei que exsurgem como muito oportunas as operações que visam combater esse elo criminoso, identificando os receptadores e procurando colocá-los fora de combate. As forças-tarefas com essa finalidade são formadas por integrantes da Brigada Militar (BM), do Corpo de Bombeiros Militar (CBM), da Polícia Civil (PC), do Instituto-Geral de Perícias (IGP), do DetranRS e da própria SSP. Reforçadas desde 2016, elas têm o objetivo louvável de também contribuir para a asfixia das organizações criminosas, já que esses valores ilegais acabam também servindo para aumentar o poderio econômico do crime organizado.

Na terça-feira da semana passada, seguindo tal senda de enfrentamento com esse tipo de ocorrência, foi deflagrada a 132ª edição da Operação Desmanche, no município de Osório, com a fiscalização de uma oficina. No local, foram apreendidas cerca de 4 toneladas de sucata automotiva e um suspeito foi encaminhado para a Delegacia de Polícia. Isso mostra que os policiais estão atentos e mapeando o fluxograma dos procedimentos dos autores de diversos crimes, que vão desde o roubo de celular até o furto de um veículo. O serviço é intenso para atender aos pleitos da sociedade.