Neste 8 de janeiro, registra-se a passagem de um ano de fatos e atos ocorridos na capital federal, quando manifestantes oriundos de todo o país adentraram no Palácio do Planalto, no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Congresso Nacional de forma não autorizada e causando danos ao patrimônio público. Tratava-se de um grupo de brasileiros que, em evidenciado desacordo com o resultado do processo eleitoral, buscou impor sua vontade de forma contrária ao que estabelece nossa Constituição federal e a legislação em vigor. Houve um verdadeiro desafio para a nossa democracia, que resistiu a essas ações e mostrou que o resultado das eleições deve ser respeitado, seja quem for o vencedor. Assim como venceu um determinado candidato, houve muitos dos seus opositores igualmente eleitos, o que demonstra a imparcialidade da justiça brasileira no tocante aos procedimentos eleitorais. Esses acontecimentos do 8 de janeiro ainda são muito recentes, mas já estão incorporados à história do Brasil. É mais um dos muitos testes que tivemos ao longo da nossa história, como a independência de Portugal, o fim da escravidão, a proclamação da República, a Revolução de 30, que acabou com a aliança governista entre Minas Gerais e São Paulo, o Movimento da Legalidade, entre tantos outros. É possível verificar que todos eles fizeram parte de uma trajetória que sempre teve como horizonte nossa vocação democrática, com o fortalecimento das instituições e o respeito à ordem legal que nunca deixou de se impor ao fim e ao cabo. Sempre que confrontada, nossa democracia soube bem responder com a defesa das bandeiras mais caras aos brasileiros e ao mundo civilizado, como a liberdade e o respeito aos princípios básicos da civilização, contrariando imposições e autoritarismos de ocasião. Esta é uma data propícia para que possamos debater sobre a importância de preservar nossos valores mais caros na convivência democrática. Que sigamos aprendendo e consolidando nossas conquistas.
