Ram encara cidade com tecnologia

Ram encara cidade com tecnologia

Modelo se sente “em casa” nas rodovias, mas ajudas eletrônicas permitem seu uso urbano

Renato Rossi

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A Ram iniciou sua trajetória como um produto Stellantis somente em 2021, com o grupo consolidado em 14 marcas com atuação global. Ela se encaixa numa estratégia do CEO, o português Carlos Tavares, que concedeu 10 anos a cada marca para que provassem sua viabilidade no mundo. Passados dois anos nem todas as marcas tem o mesmo sucesso no Stellantis. E algumas ficaram para trás, como a Alfa Romeo, Chrysler ou DS. A RAM é bem sucedida e se destaca no segmento das picapes de grande porte. Ficou na segunda colocação geral dos mais vendidos no mercado norte americano em 2022. 

No mercado brasileiro, foram quase 6 mil unidades comercializadas em 2022. Extraoficialmente, sabe-se que uma nova Ram de tamanho médio fará companhia à bem sucedida Toro. Nesta semana, em dois dias de utilização com 500 quilômetros rodados a Ram Classic mostrou nítida evolução tecnológica e comportamental. Dotada de motor V8 aspirado com 400 hps, expande o conceito de "gigante gentil" que está no DNA da Ram. A picape tem tamanho avantajado (5.916 mm de comprimento. Entre-eixos de 3.570 mm, largura 2.017 mm e altura de 1.97 0mm); mas supreendente suavidade de marcha. 

As medidas servem perfeitamente aos astros do NBA que são clientes da Ram. Mas não apavoraram a estatura de 1,75m do piloto de testes do CP, que utilizou o providencial estribo retrátil, colocado nas laterais da picape. Sem estribo, a entrada exigiria malabarismo que poderia levar o piloto à ``fisioterapia``. É uma brincadeira, mas o tamanho avantajado da Ram exige na cidade brasileira de ruas estreitas condução atenta todo o tempo. Felizmente, há câmera de rastreamento em 360º, que detecta veículos, pedestres, obstáculos próximos. O uso urbano é possível e prazeroso. 

O motor HEMI com 400 hps, acoplado a câmbio automático de 8 marchas, volante com assistência elétrica e esterço preciso; e suspensões muito bem calibradas propiciam comportamento de carro de luxo. Quer ir além? Ali estão os “modos de tração” 4x2 e 4x4 com gerenciamento eletrônico. Estes oferecem uma grande capacidade no fora de estrada. Apesar de todo refinamento estético e competência dinâmica convém lembrar que picape é “bem de produção” e nada impede que a Ram leve Bezerro, soja e outras cargas na sua caçamba. 

Nos Estados Unidos, a Ram esta nas regiões rurais e pode “pegar no pesado”. Na freeway vazia a caminho do litoral, lembrou dos grandes espaços da “terra natal” onde fica a vontade. Foi um momento de reflexão da grandalhona. Voltaria à cidade, não daquelas largas avenidas de Houston no Texas ou Scottsdale no Arizona. E a estátua na cidade também não homenageia o “cowboy”.

ELETRIFICAÇÃO

Mercedes EQA antecipa futuro

Uma ida e volta ao litoral gaúcho foi a oportunidade de avaliar o Mercedes-Benz EQA mais a fundo. Está é a versão elétrica do GLA. Na ida o “cheiro do mundo velho”surgiu quando o vistoso EQA estacionou próximo a uma refinadora de petróleo de pequeno porte localizada na margem de via vicinal próxima à BR 101. Era o cheiro forte de petróleo queimado que empestava o ar e salientava a necessidade do carro elétrico. 

O EQA tem design idêntico ao GLA mas não tem grade numa frente “fechada”, que não destoa do belo design do GLA. O EQA disponibiliza 480 quilômetros de autonomia; e 430 foram utilizados entre a BR 101 e Estrada do Mar, com desvios para rotas vicinais. O modo de condução utilizado em 90 por cento foi o “ecológico”. Que suaviza o torque e economiza energia. Em estrada vicinal desértica, a mudança para o modo de condução “Sport” intensificou o torque com acelerações instantâneas, mas consumindo até 30% mais energia. O silêncio reinou absoluto e induz à libertação da mente. 

Mas era necessário analisar a fundo o comportamento dinâmico. Há superioridade tecnológica na medida em que a instalação do conjunto de baterias de lítio, que pesa 500 quilos no assoalho, reequilibra o centro de gravidade ao ser instalado o mais baixo possível. O efeito, é a espetacular estabilidade direcional que se sustenta também na sofisticada suspensão traseira multibraços. É trem bala sobre trilhos. O volante é um pouco mais pesado em relação ao GLA a combustão, em função do maior peso peso e torque. As reações muito rápidas geradas pela corrente continua devem ser monitoradas pela inteligência artificial. Na rodovia alguns desvios rápidos e bruscos da trajetória induziram a ação drástica no reposicionamento. O habitáculo é futurista nas duas telas de 12 polegadas que se unem numa ampla visualização das funções e recursos do EQA. Mais uma vez a certeza de futuro invadir o presente.

 


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