Salão de Xangai: poder elétrico da China

Salão de Xangai: poder elétrico da China

No salão chinês, que terminou na última quinta-feira, 27 de abril, a eletrificação significou a modernidade

Renato Rossi

publicidade

O Salão de Xangai encerrou ontem e saiu definitivamente da obscuridade. A mostra teve sua primeira edição em 1985. Era o ano em que o Salão Internacional do Automóvel de Frankfurt apresentava novidades mundiais das marcas consagradas e apresentava novas marcas europeias criativas de pequenos fabricantes.

Mas isso agora é passado e o tradicional centro de expositores alemão nem existe mais. Foi tragado pela Covid-19 e pela estagnação tecnológica da indústria automobilística europeia, talvez por teimar em ser a combustão, como o Stelllantis, enquanto o mundo se eletrifica. Lá em 1985, havia inovação em Frankfurt com os motores turbo de marcas como a sueca Nybo, com seus velozes carros urbanos, a australiana MTC, com seus cupês esportivos como o Dingo, Python e Koala, ate à pioneira chinesa SuoKanAu.

No Salão de Xangai, as marcas menores da China estavam às dezenas com seus carros urbanos, pequenos, leves, tecnológicos e com preços competitivos. A China se libertou das “cópias” de modelos ocidentais da década passada e, num supremo esforço, deu a volta por cima, com a inovação nos modelos elétricos. Quem imaginaria tal sucesso chinês quando os grande salões ocidentais eram as estrelas. A China, o rabo de um cometa apagado.

Mas é Xangai que, nas duas ultimas semanas, se posicionou no topo da cadeia evolutiva do automóvel. A diferença hoje é que os chineses se colocam no topo da cadeia evolutiva. Enquanto as marcas ocidentais, à exceção da Volkswagen, tem chegada tardia na eletrificação. 

No salão chinês, a eletrificação significou a modernidade que atende aos anseios do planeta por ar mais limpo. Os chineses fracassaram com seus carros a combustão, mas deram a volta or cima com investimento “trilhardário” na eletrificação do automóvel. Produziram qualidade que sintetiza isso num Salão de Xangai que teve a atenção do mundo. 

Frankfurt teve sua última edição em 2019, ainda apegado ao petróleo. Mas em 2017 o Salao de Xangai já refletia exigência do governo da China por eletrificação. Audi com o E-tron, Peugeot com o Aircross elétrico, mostravam que a Europa também participaria do mundo elétrico. Mas a China acelerou a transição para o carro elétrico, enquanto a Europa freava. O Salão de Xangai mostrou quem está no comando.

 


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895