Setor eletroeletrônico brasileiro registra queda de 6% no faturamento em 2023

Setor eletroeletrônico brasileiro registra queda de 6% no faturamento em 2023

O número de empregados no setor também registrou uma diminuição, encerrando o ano com 263,3 mil trabalhadores, representando 4 mil vagas a menos do que no final de 2022

Paula Maia

BRDE e a Abinee formalizaram um termo de cooperação técnica com o objetivo de impulsionar os níveis de competitividade e produtividade das empresas que compõem o setor eletroeletrônico

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A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), divulgou nesta quinta-feirao estudo que revelou que a indústria eletroeletrônica encerrou o ano de 2023 com um faturamento de R$ 204,2 bilhões, indicando uma queda nominal de 6% em comparação com o ano anterior. Em termos reais, essa redução também foi de 6%, mantendo-se praticamente estável devido à inflação média do setor, medida pelo IPP - Índice de Preços ao Produtor, divulgado pelo IBGE e agregado pela Abinee.

No que diz respeito à produção física, o setor enfrentou uma queda de 8% em 2023 em relação ao ano anterior. Esse declínio acompanhou o fraco desempenho da produção de bens de capital, que acumulou uma retração de 10% nos primeiros dez meses de 2023 em comparação ao mesmo período de 2022, segundo dados do IBGE.
Além disso, o número de empregados no setor também registrou uma diminuição, encerrando o ano com 263,3 mil trabalhadores, representando 4 mil vagas a menos do que no final de 2022 (263,7 mil trabalhadores).

A utilização da capacidade instalada caiu de 76% em dezembro de 2022 para 72% no final de 2023, atingindo o percentual mais baixo desde junho de 2020 (68%). Segmentos como informática (-17%), telecomunicações (-21%) e componentes (-25%) contribuíram significativamente para essa redução no valor do faturamento.
O presidente executivo da Abinee, Humberto Barbato, ressaltou que o desempenho do setor eletroeletrônico ficou aquém das expectativas, especialmente nas áreas de bens de consumo. Entre os fatores que inibiram as vendas estão a antecipação de compras de eletrônicos nos anos de 2020 e 2021, para atender às demandas de home office e ensino à distância, juntamente com restrições de crédito, endividamento das famílias e redução no tíquete médio dos produtos.

Por outro lado, algumas áreas apresentaram desempenho positivo, como GTD (5%), equipamentos industriais (4%), utilidades domésticas (6%) e automação industrial (19%). No entanto, segmentos como vendas de celulares (-14%) foram afetados pelo crescimento expressivo do mercado irregular, que aumentou sua participação nas vendas totais, passando de 8% (em 2019) para 21% no quarto trimestre de 2023.

O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e a Abinee formalizaram um termo de cooperação técnica com o objetivo de impulsionar os níveis de competitividade e produtividade das empresas que compõem o setor eletroeletrônico.

O acordo estabelece que o BRDE fornecerá linhas alternativas de financiamento adaptadas às demandas das empresas associadas, oferecendo atendimento técnico especializado e treinamentos sobre os procedimentos para encaminhamento de solicitações de financiamento. Por sua vez, a Abinee assumirá a responsabilidade de promover ações para fortalecer o acordo e agirá como intermediária entre o BRDE e as empresas associadas.


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