Test-drive: BYD Seal é um baita carro chinês

Test-drive: BYD Seal é um baita carro chinês

Sedan elétrico inspirado nos motivos marinhos quer mostrar a dinâmica do carbono zero

Renato Rossi

Elétrico oferece performance de esportivo

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É a "foca" aerodinâmica e veloz da BYD. Tão veloz que talvez escape do predador tubarão branco. O nome Seal (foca em inglês) batiza o mais recente produto da montadora chinesa. O sedan esportivo foi apresentado no Centro Cultural Santander em São Paulo, e testado na quinta-feira no difícil e sempre agressivo trânsito da capital paulista.

É um carro com belo design fluido, que segue uma nova estética da marca denominada de "Ocean Aesthetics". A marca busca inspiração em elementos marítimos, como as ondas e animais. O Seal carrega traços hereditários dos carros esportivos europeus de décadas passadas. Como os Alfa Romeo, Lancia ou Audi.

Há ligação direta do atual diretor mundial de design da BYD, o alemão Wolfgang Egger, com o design europeu. Por muitos anos Egger desenhou carros de sucesso da Audi como o esportivo TT. No Seal o design é leve e fluido, joga com a diversidade e criatividade nas cores. Que vão do azul claro ao verde em tom militar; e ao preto, que destaca a esportividade do Seal.

Cores diversas significam que a BYD quer agradar um público de gostos diversos. O Seal é também o primeiro veiculo da montadora a utilizar a tecnologia "Cell to Body". Que permite que a bateria seja parte integrante da estrutura da carroceria.

O conjunto de baterias de íon lítio toma todo o espaço da plataforma e gera maior integridade ao conjunto e maior nível de rigidez torsional. A dirigibilidade mais precisa e segura ficou evidente no teste. Nas provas da engenharia da BYD, a mudança de faixa emergencial foi feita em segurança a 133 km/h. Enquanto o temerário "teste do alce" foi feito em total segurança a 83 km/h. No trânsito imprevisível de São Paulo, foram necessárias diversas mudanças bruscas de trajetória, que não desestabilizaram o Seal.

O BYD Seal também mostra o quanto os chineses são apegados à virtualidade e interatividade: há uma tela rotativa de 15,6 polegadas no centro do painel, com controle vocal; conectada a aplicativos como Android Auto e Apple CarPlay.

Neste painel podem ser escolhidos os modos de condução do Seal que vão do econômico Eco ao modo Sport, que transforma o sedan familiar num competente esportivo. Faz de 0 a 100 km/h em 3,8s. Portanto o Seal é também um "esportivo raiz". Numa rua interrompida, escolhida para acelerações fortes, foi possível sentir "ao vivo" a potência e capacidade de aceleração dos dois motores elétricos colocados nos eixos dianteiro e traseiro; que geram o equivalente a 531 hps.

É aceleração brutal, não conveniente porque exige experiência e ausência de transito. O Seal tem autonomia de 380 quilômetros e tecnologia que propicia o carregamento das baterias em carga máxima de 150 kw a 80% em apenas 30 minutos. Isto garante mais uns 300 quilômetros de autonomia. No teste em 90 quilômetros, foi utilizada não mais que 30% da carga.

Os congestionamentos e constantes reduções de velocidade privilegiaram a economia de energia. Embora com 531 hps, o Seal, como todo carro elétrico, é suscetível às velocidades elevadas que consomem logo a carga das baterias. Por isto, velocidade máxima é limitada a 160 km/h. O acabamento interno é de alto nível visual e na ergonomia e materiais utilizados.

O banco do motorista ajustável em oito posições propiciou que "CM" achasse a posição ideal ao volante. E rodar 90 quilômetros no trânsito de São Paulo é ato de bravura que pode desgastar mente e corpo. Após todas as agruras, não havia sinal de stress a bordo do Seal. O conforto de marcha vem em grande parte do avançado conjunto de suspensões, que integra uma "double wishbone" na dianteira e uma suspensão multibraços na traseira, com cinco pontos de apoio.

Há um teto solar panorâmico de grandes dimensões que integra o motorista à visão celeste e estrelada se for noite. As portas dianteiras inserem vidro duplo laminado para maior segurança e que contribui para o excelente isolamento acústico e térmico. Um último detalhe da avançada tecnologia do Seal: as maçanetas ficam embutidas nas portas quando o carro esta em movimento e há maior fluidez aerodinâmica que gera economia de energia. Com o carro estacionado as maçanetas voltam ao normal.

O pacote de segurança é amplo: aviso de colisão dianteira, frenagem de emergência automática, aviso de colisão traseira, alerta de tráfego cruzado traseiro e freio de tráfego cruzado, assistente a linha reta, assistência a mudança de faixa e controle de cruzeiro adaptativo. Um baita carro chinês.


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