Índice de vandalismo de patinetes elétricos em Capão da Canoa alcança 40% da frota

Índice de vandalismo de patinetes elétricos em Capão da Canoa alcança 40% da frota

Usuários também relatam dificuldade de acesso aos equipamentos da empresa porto-alegrense Adventure

Felipe Faleiro

Patinetes elétricos da empresa Adventure estarão até abril em Capão da Canoa

publicidade

Pelo sexto ano, e até o mês de abril, uma parceria entre a Prefeitura de Capão da Canoa e a startup Adventure, de Porto Alegre, proporciona aos turistas e frequentadores da orla do município a oportunidade de transitar nos mesmos patinetes elétricos de cor laranja que circulam em Porto Alegre. No entanto, usuários relatam dificuldades para saber como acessar os equipamentos. Outro problema é o vandalismo, que, conforme o próprio CEO da Adventure, Eliakim Alvarez, está ocorrendo com mais frequência no litoral do que em anos anteriores.

O casal de namorados Morgana Peruchin e Francis Marin, ambos moradores de Caxias do Sul, na Serra, tentavam pela primeira vez utilizar um dos patinetes, acessando o aplicativo Adventure Mobi para smartphones. “Não sabemos muito como proceder, mas vamos seguir tentando. Em Porto Alegre, acreditamos que seja mais tranquilo”, afirmou Morgana. Depois de vários minutos, o casal conseguiu liberar um, quando o recomendado seriam dois, um para cada pessoa. “Achamos que deveria ter alguém aqui para auxiliar as pessoas a como proceder”.

O mesmo fez o também casal de veranistas Bruna Behrend e Anthony Chaves, que moram em Carazinho, no norte gaúcho. “É a primeira vez que estamos buscando utilizá-los”, comentou Bruna. No momento em que ambos tentavam retirá-lo, começou a chover na orla, o que dificultou ainda mais o processo. Em Capão, a Adventure tem 250 equipamentos, que, segundo Alvarez, são retirados de circulação em Porto Alegre e enviados ao município do litoral norte.

Destes, 200 estão permanentemente em operação. “Trabalhamos sempre com uma margem de manutenção”, afirmou ele. Ocorre que, enquanto na Capital, em que a empresa afirma atuar em uma área geográfica maior, o percentual de patinetes vandalizados alcança cerca de 20% da frota, em Capão da Canoa, onde o raio de atuação é inferior, a frota vandalizada gira em torno de 35% a 40%.

“É algo absurdo. Neste veraneio, iniciamos no último dia 20 de dezembro, e, em três dias de operação, tínhamos de dez a doze equipamentos vandalizados. Vandalismo de todo o tipo, pessoas atirando em córregos e até no mar”, desabafou. De acordo com ele, somente uma ação conjunta dos órgãos de segurança pode fazer com que estes números sejam reduzidos. “A gente tenta fazer estes vínculos com o pessoal da Prefeitura para auxiliar também na questão da segurança, porém sabemos que ainda é muito difícil”, comentou o CEO da Adventure.

Ainda segundo ele, a questão do acesso à aplicação é algo que depende da Administração disponibilizar um sinal de Internet adequado, embora o aluguel de patinetes em 16 pontos de Capão da Canoa possa ser feito via Bluetooth, sem necessidade de conexão. Procurado, o secretário de Turismo de Capão da Canoa, Marcelo Ramos, disse que o município não recebeu nenhuma reclamação sobre o serviço de Internet na orla e que o vandalismo ou mau uso dos equipamentos “são corriqueiros no negócio”. “A empresa também não nos relatou um índice alto”, disse ele.

Já o 2º Batalhão de Policiamento de Áreas Turísticas (2º BPAT) da Brigada Militar (BM), responsável por Capão da Canoa, por meio da assessoria, informou em nota que não houve registro em relação ao vandalismo em patinetes elétricos. “O policiamento ostensivo e preventivo está sendo feito, porém nada específico em relação aos patinetes. A empresa também deve entrar em contato com a BM e realizar o registro da ocorrência”, disse o 2º BPAT.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895