Acrigs realiza ação ecológica em Capão da Canoa

Acrigs realiza ação ecológica em Capão da Canoa

Evento teve o objetivo de aproximar os veranistas e moradores sobre o serviço da perícia criminal ambiental

Chico Izidro

Acrigs realizou uma ação na beira-mar de Capão da Canoa

publicidade

Com o objetivo de conscientizar os veranistas sobre a importância da preservação ambiental em áreas do litoral gaúcho, a Associação de Peritos Criminais do Rio Grande do Sul (Acrigs) realizou no sábado uma ação na beira-mar de Capão da Canoa. O evento batizado de "Ação Ambiental: preservação de dunas e banhados", teve o objetivo de aproximar os veranistas e moradores sobre o serviço da perícia criminal ambiental.

"Além disso, compartilhamos boas práticas para ajudar na preservação das dunas, áreas de banhado, recursos hídricos, de espécies animais e inclusive do correto depósito de resíduos sólidos que aumentam no litoral nesta época do ano", afirmou Ana Carolina Albert, presidente da Acrigs. 

"Esta atividade veio para aproximar a população das nossas atividades, pois a perícia criminal é um serviço indispensável para elucidar crimes e identificar culpados ou inocentar suspeitos", acrescentou Ana Carolina. "Somos auxiliares da justiça inclusive na área ambiental, onde crimes também ocorrem".

Na ação, veranistas puderam conversar com os peritos voluntários, e foram entregues materiais informativos para explicar as pessoas sobre crimes ambientais. "E como cada cidadão, no dia a dia, poderá ajudar a cuidar das áreas de preservação permanente", explicou Ana Carolina.

A perita criminal ambiental Renata Vieira falou também que o trabalho da perícia procura identificar se houve ou não dano ambiental em determinada situação. "Esta área da perícia procura esclarecer se de fato ocorreu algum delito ou dano ao meio ambiente, identificar se algum fato realizado pelo ser humano é compatível com a legislação, se houve algum desrespeito às normas legais ou não. E com isso fornecer subsídios para a justiça", disse. "

Quando falamos em crimes ambientais, também nos referimos inclusive a crimes contra animais, de construções sem licenças, além de desmatamento e de intervenção de áreas de proteção", esclarece a especialista.

Quanto à preservação de dunas e banhados, Renata elucida que degradar ou destruir (retirar areia, depositar lixo) esses ecossistemas é considerado crime ambiental. "Como a população migra muito para as áreas de praia, crimes ambientais ocorrem muito nessa época. E muitas vezes pelo próprio desconhecimento da população", alertou.

Renata explicou sobre a importância das dunas no litoral. "As dunas atuam como faixas de proteção da parte urbana do mar. E a sua vegetação é mais rasteira, e são habitats para diversas espécies, como lagartos, tuco-tucos e aves, como por exemplo, corujas, que fazem seus ninhos nestes locais. Então, não podemos circular de carros nas dunas ou soltar um cachorro ali. É uma área de biodiversidade, e a interferência acaba impactando no ambiente, que fica descaracterizado", disse.

"Acontece muito ainda de as pessoas virem para a praia e soltarem seu lixo, que acaba sendo levado para o mar. Ou seja, a fauna marinha também é prejudicada", lamentou. "Por isso, conversamos com os veranistas, pedindo um pouquinho de atenção, de cuidados. Assim, damos um grande passo para preservar e curtir o meio ambiente", continuou.

Renata completou, afirmando ainda que "muitas pessoas ainda não se mostram abertas a escutar sobre os benefícios de cuidar do meio ambiente. Mas não podemos desanimar. Então temos de conversar, enfim, a conscientização é de longo prazo".


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895