Ambulantes aproveitam praias lotadas para intensificar vendas no Litoral Norte

Ambulantes aproveitam praias lotadas para intensificar vendas no Litoral Norte

Trabalhadores de diferentes lugares circulam as praias ofertando diversos tipos de produtos

Cristiano Abreu

Ambulante da praia de Torres Leandro Guedes vende chapéus e artigos artesanais

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Nem todos que estão na praia buscam apenas o descanso. E independente do tempo ou do dia da semana, a faixa de areia ou o asfalto são sinônimos de trabalho. Sol ou chuva, muitas vezes de segunda a segunda, produtos variados como um picolé ao espumante refinado podem ser encontrados no Litoral Norte gaúcho. Na beira do mar, além de guarda-sóis, cadeiras e lazer, homens e mulheres circulam com seus produtos em busca de sustento.

É o caso do ambulante Claudiomiro Souza, 55 anos. Há 30 anos morando em Tramandaí e vendendo doces, amendoins salgado e facas artesanais de porta em porta pelas praias da região, ele espera o ano inteiro pelo verão para faturar um pouco mais. “A venda melhora, principalmente nos finais de semana”, revela.

Claudiomiro, que afirma ter criado um casal de filhos a partir do que arrecada com o ofício, admite que de vez em quando para e aprecia “bem rapidinho” as belezas naturais do litoral, mas que logo segue em busca de clientes. “É o jeito, o verão pra mim é trabalho”, completa.

Robinson Ricardo Dias, 39, deixou o emprego de cozinheiro em Eldorado do Sul para vender bebidas na faixa de areia. Do café ao espumante, ele e a esposa, Adriana Dias, 37, conquistam clientes e amigos. “São figuras conhecidas, e sempre compro deles, diz o aposentado Érico Gnoatto, de 65 anos.

Este é o terceiro verão do ambulante Leandro Amaro Guedes, 24, anos vendendo redes, chapéus e artigos artesanais em Torres. Ele deixou a Paraíba para fazer negócio nas praias gaúchas e diz que não se arrepende. "Sim, eu atravessei o país, porque aqui consigo preço melhor", compara ao que obtinha com seu trabalho no litoral da região Nordeste.

Sobre trabalhar sob o sol forte em média 10 horas por dia enquanto uma multidão de gente descansa e se diverte, Guedes garante não se importar. Pelo contrário, festeja a beira do mar lotada. "Na temporada alta vendo mais, e é batalhando se consegue as coisas", sentencia o jovem, enquanto improvisa uma sombra com o próprio carrinho que empurra pelas areias gaúchas para comer uma marmita. “É coisa de dez minutos e vou de novo”, indica.


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