Calorão segue castigando as pessoas no RS

Calorão segue castigando as pessoas no RS

Termômetros marcaram 39ºC no começo da tarde em Porto Alegre

André Malinoski

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O calor já provocava suor no corpo das pessoas que transitavam pelas ruas de Porto Alegre antes mesmo das 8h deste sábado. Com o passar do tempo, a temperatura foi subindo, o que aumentou o desconforto de quem precisava sair de casa e da companhia do conforto do ar-condicionado. Ao meio-dia, os termômetros marcavam 39ºC no Centro Histórico.

Em resumo, a situação era a mesma das últimas duas semanas, com uma sensação generalizada de insuportabilidade. Quem teve possibilidade, fugiu em direção às praias do Litoral Norte. Conforme a MetSul Meteorologia, a Capital chegou a registrar, nos últimos dez dias, 40,3ºC. O dado é do dia 16, quando a cidade vivenciou a quarta maior máxima em 112 anos. Também foi a terceira vez em que a temperatura atingiu os 40ºC no Jardim Botânico desde que as medições passaram a ser feitas no local na década de 1970. Por sua vez, a previsão do Climatempo para este sábado é de sol com aumento de nuvens ao longo do dia. À noite ocorrem pancadas de chuva.

Como no dia anterior, poucas pessoas tiveram coragem de encarar o calorão nas ruas e nos parques da cidade. E quem decidiu enfrentar, sentiu os efeitos desde cedo. A expositora Liliane Cardoso Castro, de 56 anos, que possui uma tenda de artesanato na avenida José Bonifácio, chegou a passar mal no sábado passado em função do forte calor. “Quase desmaiei aqui. Minha pressão baixou muito e os colegas me socorreram. Agora tenho um pouco de sal e quatro garrafas de água comigo”, mostrou. Dentro do Parque da Redenção, o aposentado Antônio Carlos Brock, 67, estava sem camisa e com o corpo empapado de suor. “Com esse calorão é bem difícil. Pratico caminhada e corrida durante uma hora, e tento fazer isso cedo. Mas depois vou curtir um banho na piscina de plástico que tenho em casa”, afirmou ele, que reside em Canoas, mas é de Camaquã.

Em uma área com grama perto do Monumento ao Expedicionário, três amigas deitadas no chão aproveitavam para colocarem a conversa em dia. “Estamos curtindo a sombra e para aguentar o calor só tomando muita água”, comentou a analista jurídica Rosângela Cunha, 50. Nenhuma delas testemunhou antes uma onda de calor tão forte como a atual. O autônomo Nilzo Dill, 55, era outro que caminhava pelo parque. “Não é fácil, precisamos de bastante líquido. Saio às 8h e tento desviar do sol”, contou, também bastante suado.

Atendimentos

A UPA Moacyr Scliar do Grupo Hospitalar Conceição tem registrado procura por atendimentos em decorrência do forte sol. “Os médicos relatam a média de cinco a seis atendimentos por dia, com predominância de casos de mal-estar e hipotensão (pressão baixa). Houve um relato de problema causado por insolação”, explica o coordenador de enfermagem Allant Silva Klein, que atua na UPA Moacyr Scliar. “Teve o desmaio de uma pessoa dentro de um ônibus da linha da Zona Norte, que desviou seu trajeto e se dirigiu até a UPA no começo da noite da quinta-feira”, revelou. Por sua vez, o Hospital de Pronto Socorro informou que não tem dados de pessoas em busca de atendimento devido ao calor dos últimos dias.

Dez dias tórridos 

O acompanhamento da MetSul Meteorologia mostrou que o Rio Grande do Sul completou, na sexta-feira, dez dias seguidos com temperaturas máximas de 40ºC ou mais. As estações do Instituto Nacional de Meteorologia registraram 41,5ºC em Quaraí, no dia 12; 41,7ºC (recorde) em Bagé, no dia 13; 40,8ºC em Bagé, no dia 14; 40,6ºC em Uruguaiana, no dia 15; 41,8ºC em Uruguaiana, no dia 16; 40,2ºC no dia 17, em Teutônia; 41,1ºC em Santa Rosa, em 18 de janeiro; 41,5ºC em São Luiz Gonzaga, no dia 19; 42,1ºC em Uruguaiana, no dia 20; e 41,8ºC  em Uruguaiana, no dia 21. Dessa maneira, só com muita água e na companhia do ar-condicionado para suportar tanto calor.
 


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895