Caravelas-portuguesas e dragões azuis chamam a atenção de banhistas e exigem cuidado no litoral Norte

Caravelas-portuguesas e dragões azuis chamam a atenção de banhistas e exigem cuidado no litoral Norte

Animais foram avistados por banhistas em Capão da Canoa e Arroio do Sal na última semana

Cristiano Abreu

Caravelas Portuguesas são avistadas nas praias do litoral norte

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Elas são tão belas quanto perigosas. Chamativas por suas cores azuis e formas diferenciadas, caravelas-portuguesas e dragões azuis, duas espécies marítimas, surgiram no litoral Norte do Rio Grande do Sul nos últimos dias e exigem atenção dos banhistas diante do potencial de causar acidentes.

Na última semana, os animais foram avistados na faixa de areia em Capão da Canoa e em Arroio do Sal. A presença desta dupla à beira-mar não é comum, uma vez que seu habitat se encontra a 70 quilômetros da costa. “Não lembro de ter visto em outros verões, são diferentes, coloridos, as crianças querem pegar na mão”, comenta o analista de sistemas Carlos Eduardo Rosing, 33 anos.

De acordo com a bióloga Priscila Salgado Sanguinetti, as espécies podem causar queimaduras em contato com a pele. Em casos mais graves, o contato com as espécies pode causar tontura e náuseas, nesses casos o recomendado é procurar atendimento médico. “Ao identificar esses organismos, não toque neles”, recomendou a especialista.

Dragões Azuis nas praias do litoral norte | Foto: Fabiano do Amaral

Os dragões são pequenos – cabem na ponta de um dedo. Já as caravelas-portuguesas podem chegar a até dois metros de diâmetro, e seus tentáculos, caracteristicamente muito longos – atingindo até 50 metros em alguns casos –, são carregados de toxinas que podem provocar queimaduras e ardências. O dragão azul não possuí células urticantes, responsáveis pela sensação de dor, porém, é um predador das caravelas-portuguesas. Desta forma, absorve e armazena a toxina de suas presas.

A aparição destas espécies em praias gaúchas com maior frequência nos últimos anos está associada a razões climáticas, conforme a bióloga.

Acidentes

De acordo com dados da Operação Golfinho, aproximadamente 30 mil ocorrências de queimaduras causadas por animais marinhos, a maioria por águas-vivas, foram registradas nas praias gaúchas. A orientação para evitar acidentes é observar a presença na água, assim como na faixa de areia, e seguir as indicações dadas pelos guarda-vidas, que em casos de infestações de animais como as águas-vivas, dragões azuis e caravelas portuguesas, sinalizam o perigo aos banhistas hasteando bandeiras de cor roxa nas guaritas.

Nesta semana, a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano de Capão da Canoa emitiu um alerta à população e a turistas para a presença das duas espécies na beira-mar. O comunicado recomendou ainda que, em caso de queimadura, os banhistas devem buscar auxílio com os guarda-vidas.

Dicas ao avistar:

  • Evite contato com os animais para evitar acidentes, pois a toxina permanece presente nos animais mesmo quando mortos.
  • Avise aos demais banhistas e aos guarda-vidas sobre a presença destes animais na água ou na areia.
  • Em caso de queimadura, a aplicação de vinagre no local da lesão ajuda a aliviar a sensação de dor.
  • Lave apenas com água do mar. A água doce aumenta a sensação de dor.
  • Não coloque nenhum outro tipo de material ou substância sobre a lesão
  • Se o animal estiver aderido à pele, é recomendável usar uma proteção nas mãos para retirá-lo.
  • É importante monitorar se a pessoa atingida apresenta alguma reação.
  • Para pessoas alérgicas, o indicado é procurar um pronto-socorro.

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895