Casal faz viagem pelo mundo e passa pelo Litoral Norte

Casal faz viagem pelo mundo e passa pelo Litoral Norte

Dinamarquês Christian e argentina Julieta estavam em Cidreira nesta semana

Chico Izidro

publicidade

O dinamarquês Christian Jensen, nascido em Copenhagen há 32 anos, está viajando pelo mundo ao lado da esposa, a argentina Julieta, 35 anos, e do cão de estimação Murphy, homenagem ao ator hollywoodiano e estrela de filmes como “Um príncipe em Nova Iorque”. Eles chegaram no Brasil há três meses, período suficiente para Christian aprender a falar português, com muito pouco sotaque. Nesta semana estiveram ao litoral gaúcho a bordo de sua Kombi Volkswagen T3, de 1988, e somente fabricada na Alemanha, transformada em uma motor-home, encantados com a paisagem local. “Tudo é muito legal e bonito aqui”, afirmou ele, ao estacionar o veículo no calçadão à beira-mar de Cidreira. 

Os dois começaram a jornada há quatro anos, e neste período percorreram vários países da Europa, como França, Alemanha, Espanha e Portugal (o percurso foi feito em três anos), e há um ano viajam pela América do Sul. Na próxima semana, exatamente no dia 5 de janeiro, deixam o Brasil, pois o visto de três meses de Christian expira. Então o destino será o México, na América do Norte, mas antes uma passagem pelo Uruguai. Mas quando um novo visto for expedido, a dupla voltará, e já projeta ir até o Ushuaia, no extremo sul argentino.

@correiodopovo Viajando pelo mundo há quatro anos a bordo de uma kombi, o casal gringo Christian e Julieta vieram conhecer a praia de Cidreira. No episódio #3 do #CPnoVerao ♬ som original - Correio do Povo

Christian contou ter conhecido Julieta na Dinamarca. “A gente começou a conversar, e eu disse que tinha uma Kombi, economias e a imensa vontade de viajar pelo mundo. E ela disse que também sonhava com isso. Então era a hora de partirmos juntos”, recordou o professor de idiomas, fluente em seu dinamarquês natal, inglês, espanhol, alemão e falando muito bem o português – o do Brasil, “pois o de Portugal é muito enrolado”, destacou. Após andarem pelo Velho Continente, tiveram de esperar um pouco para chegar na América do Sul por causa da pandemia. “Tivemos de esperar um ano, e só cruzamos o oceano em novembro do ano passado”, recordou. O carro atravessou de barco o Atlântico, enviado para o Uruguai.

Christian lembrou que sempre teve o espírito inquieto, e desde pequeno planejava andar pelo mundo. “Não gosto da Dinamarca para morar. O clima é ruim, sempre frio, as pessoas são fechadas, tudo muito triste”, relatou. “O sistema social dinamarquês é excelente, tudo muito bom. Mas falta alegria, afeto. Muita depressão”, disse. Com 20 anos saiu de Copenhaguen e foi morar na Alemanha, onde ficou por dois anos. De lá, partiu para a Espanha, onde foram mais quatro anos. “Lá descobri que o dinheiro não é tudo”, recordou.  

“O Brasil é uma outra coisa. Só vi alegria, o clima então, calor, as pessoas são receptivas, carinhosas”, elogia. Christian relatou que quando disse estar vindo para o Brasil, muitas pessoas lhe disseram que era um local perigoso. “Olha, não vi nada disso. Pelo contrário, só encontramos até agora solidariedade, fizemos muitos amigos. Tudo tranquilo”, derreteu-se. “Por outro lado, fomos roubados na França e na Espanha”, contou. 

O casal vai viajar para o México, e quando retornar, buscará na Argentina novo veículo. “Já adquirimos um Mercedes 608, ano 1970, fabricado na Argentina. É muito maior e nos dará um pouco mais de conforto”, disse. E os planos para o futuro? Christian garante que existem, sim. “É o de estar sempre na estrada. Somos nômades, precisamos nos mover. Porém tudo sem pressa, tudo no nosso tempo”, finalizou.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895