Clubes sociais de Porto Alegre comemoram aumento na procura pelas piscinas

Clubes sociais de Porto Alegre comemoram aumento na procura pelas piscinas

Retomada de antigos sócios e aparecimento de novos trazem alento às agremiações na temporada 2023

Christian Bueller

Sogipa registrou crescimento de 40% nos sócios em comparação com 2019

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Depois de integrarem mais um dos incontáveis segmentos afetados pela pandemia, os clubes sociais encontraram, em 2022, a retomada plena das atividades, suspensas em diversas ocasiões, nos dois anos anteriores. Prejudicados pela necessidade de se evitar aglomerações, que favoreciam infecções do coronavírus, os banhos nas piscinas dos seus associados voltaram neste verão com força, mas principalmente, com segurança sanitária, após normalização dos serviços em todo o país.

Em alguns dos mais tradicionais clubes da Capital, a perda de sócios era uma conseqüência comum desde março de 2020. Mas o retorno deles e a chegada de novos associados tem sido a tônica, como é o caso da Sociedade de Ginástica Porto Alegre (Sogipa), como explica o supervisor comercial e de atendimento, Márcio Cristi. “Sentimos um grande aumento na procura pela piscina, de novos sócios e reintegrantes que haviam saído. As pessoas se sentiram mais seguras com o avanço da vacinação, além da saberem que o clube segue todas as regras sanitárias”, lembra.

Segundo Cristi, foi um aumento de 40% de aumento de sócios em relação a 2019, último ano antes do estouro mundial da Covid-19. “O clube, assim como as piscinas, funcionam o ano todo, e fomos sentindo esse crescimento de forma gradual. Trabalhamos muito com a saúde, física e mental, além da prática de esportes, isso tudo fez com que o publico voltasse”, ressalta o supervisor da Sogipa. Atualmente, o quadro social passa dos 20 mil sócios, que encontrarão novos equipamentos, como cadeiras e guarda-sóis. “Para se ter uma idéia, todas as vagas para a nossa colônia de férias, atividades com professores que fazemos em janeiro, estão preenchidas. Estamos com força total para 2023”, projeta.

Já,o Grêmio Náutico União (GNU) conta com quatro sedes, todas com piscinas ao ar livre, para diversão e treinamento, e com piscina térmica indoor. Atualmente, conta com 21.411 sócios pagantes, dados de novembro de 2022, dos mais de 30 mil associados no total. Somente no último ano, mais 1.071 associados reforçaram o quadro, no primeiro ano sem interrupção de atividades por causa da pandemia. “Tivemos que parar com praticamente tudo, mas, mesmo assim, grande parte dos nossos associados se manteve fiel ao clube que tanto amam freqüentar”, diz o presidente do clube, Paulo Bing.

Para os meses de janeiro e fevereiro de 2023, acontecerá, nas quatro sedes, as ações do Verão GNU. Serão brincadeiras aquáticas e brinquedos infláveis para as crianças, além de happy hours para os adultos no entorno das piscinas. “É gratificante ver o União repleto de pessoas aproveitando as diversas atividades propostas, após esse momento difícil de pandemia pelo qual todos passamos”, completa Bing.

Na Associação Leopoldina Juvenil, também foi detectado um aumento na procura pelos serviços, como o de piscina. “No decorrer de 2022 percebemos a atmosfera positiva entre os associados pelas oportunidades de vivenciarem novamente momentos com a família e os amigos em nossas sedes. Houve uma retomada do dia a dia”, conta o vice-presidente de Administração e Finanças, Alexandre Flores Soares Rollin.

Durante todo o ano, os associados do Leopoldina contam com uma piscina coberta e três externas para a prática de aulas aquáticas e uso recreativo. As disponibilizadas durante o inverno possuem aquecimento. Conforme Rollin, os espaços contam com guarda-vidas, monitoramento por câmeras e higienização constante dos ambientes. “Além disso, para as crianças associadas, teremos atividades lúdicas e de lazer dentro e fora das piscinas”, acrescenta.

Mergulhado em dívidas, Teresópolis segue sem piscina para os sócios

Símbolo de algumas gerações porto-alegrense, o Teresópolis Tênis Clube (TTC) é a antítese do cenário contado acima. Não receberá, em mais um verão, os sócios para banhos ou qualquer outra confraternização junto de suas famílias. Aliás, essa cena já não é vista há anos, mesmo antes da pandemia. Com uma dívida de cerca de R$ 5 milhões e com histórico recente de saques e assaltos, o “glorioso Verde e Branco” não é sombra daquele imponente clube que recebia artistas renomados, bailes de carnavais e concursos de rainhas das piscinas.

Desde 2019 sem um presidente, o TTC tem no carinho e cuidado de uma comissão formada por sócios a busca por alternativas, como a venda da área de 17 mil metros quadrados ou parceria com outras empresas ou instituições para sanar as dívidas, em sua maioria, tributárias. “O clube não foi extinto. E acredito que nem será”, diz, de forma taxativa, o ex-conselheiro e ex-presidente do Teresópolis, Luiz Fernando Tarasiuk. Graças à comissão, seguranças privados contratados impedem a entrada dos tão recorrentes usuários de crack que descaracterizavam ainda mais o lugar que, um dia, foi um dos clubes mais bem freqüentados de Porto Alegre.


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