Confira dicas para deixar a casa segura durante a viagem de férias

Confira dicas para deixar a casa segura durante a viagem de férias

Brigada Militar e Polícia Civil orientam a população com medidas preventivas que dificultam a ação de criminosos

Cristiano Abreu

Segurança da residência começa com cuidados adotados pelos proprietários antes mesmo da viagem

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Durante a temporada de verão cresce a preocupação da população com a segurança domiciliar, e sabendo que este é um período do ano em que muitas pessoas passam férias fora de casa, o risco de furtos e arrombamentos é maior, portanto, ainda mais importante adotar medidas de prevenção. Para que o período de descanso não vire motivo de estresse, Brigada Militar (BM) e a Polícia Civil dão dicas para reduzir as oportunidades muitas vezes dadas aos criminosos por descuido dos proprietários.

Segundo o Comando de Policiamento da Capital (CPC) da BM, a melhor precaução é deixar alguém responsável pela casa que ficará desabitada. O coronel Luciano Moritz reforça que em caso de não ser possível manter presença no imóvel, é fundamental que alguém vá até o local pelo menos uma vez ao dia. Abrir e fechar janelas e acender as luzes à noite são indicações de movimento na residência.

“Antes de viajar, orientamos às pessoas que certifiquem-se de que todas as janelas e portas estejam devidamente trancadas e travadas. Também é bom evitar comentar com outras pessoas, que não sejam de confiança, sobre as viagens e quanto tempo ficará fora. E evite colocar essas informações em redes sociais ou contar para desconhecidos”, destaca Moritz.

Ladrões costumam observa detalhes como grama alta, fezes de animais não recolhidas e correspondências acumuladas, o que deve ser evitado por quem vai viajar. Outra medida é avisar um vizinho de confiança para que fique alerta a movimentações suspeitas e acionar a Brigada Militar, pelo telefone 190, em caso de disparo de alarmes também é uma conduta recomendada. “É interessante solicitar para que alguém de confiança apare a grama, acenda e apague luzes, pegue as correspondências e que repare o animal de estimação, fazendo até mesmo a limpeza.”

Apesar do custo significativo, a instalação de sistemas de monitoramento, sensores de presença, acendimento automático de luminárias e alarmes inibem a ação de criminosos. Para quem mora em casa, alvo considerado mais frágil, cercas elétricas e similares, desde que sigam as normas de segurança são bons recursos para a proteção do patrimônio de quem passa períodos prolongados fora de casa. Boa parte desses sistemas possibilita acesso remoto, dá para ver pelo celular o que se passa na residência.

A segurança da residência começa antes mesmo de a família pegar a estrada. Além de deixar evidente que uma viagem está prestes a ocorrer, carregar o veículo na rua permite abordagem de criminosos, muitas vezes armados. Portanto, sempre que possível os preparativos devem ocorrer em local seguro e que não visível aos mal-intencionados, conforme a Brigada Militar. “Orientamos ainda que quando chegar ou sair de casa, o morador fique atento, pois essas são as ocasiões mais propícias para roubos e sequestros. Se desconfiar, aguarde, dê uma volta no quarteirão e chame a Brigada Militar pelo 190”.

Fechar registros de gás e água evita acidentes | Foto: Ricardo Giusti / CP

Por último, campainhas, interfones, porteiros eletrônicos e telefones fixos devem ser desligados, assim como não podem ser negligenciados o fechamento dos registros de gás de cozinha e de água, além da remoção de todos os aparelhos indispensáveis da rede elétrica.

Dicas da Polícia Civil

A Polícia Civil gaúcha também preparou orientações para quem pretende passar férias fora de casa sem dores de cabeça neste verão:

– Trancar bem todas as portas, janelas e portões. Caso alguns desses apresentem problemas, providenciar o seu conserto;

– Informar a um vizinho, amigo ou parente de confiança e que more nas proximidades por quanto tempo a família ficará fora e, também, um número de contato. Isso é importante para que os veranistas sejam avisados sobre qualquer movimento suspeito;

– Se possível, instalar câmeras nas partes interna e externa da residência para que a família, mesmo de longe, monitore pelo celular qualquer movimento dentro ou nos arredores da casa;

– Investir na instalação de um alarme na residência;

– Evitar deixar à mostra, no pátio ou arredores da casa, bens que possam chamar a atenção de assaltantes;

– Pedir para alguém de confiança recolher jornais e correspondências que podem ficar acumulados na frente de casa. Isso pode chamar atenção de bandidos.

Síndico alerta e vizinhos solidários

Para quem mora em condomínio ou apartamento, uma ação importante seria notificar a administração ou o síndico sobre a ausência; outra, seria a formação de grupos de vizinhos, onde solidariamente os moradores se comprometem a observar as unidades uns dos outros e relatar atividades suspeitas. Os grupos também facilitam a comunicação durante as férias.

Divulgar a ausência para férias é o caminho mais indicado?

O diretor de Condomínios da Guarida, Atílio Daniel Borges, considera, que a comunicação sobre ausências em condomínios, durante as férias, pode ser uma questão delicada. "Ambos os lados têm seus prós e contras e a decisão pode depender das circunstâncias individuais de cada condomínio e da vizinhança", diz ele, indicando alguns pontos a considerar:

Anunciar que está saindo em férias
Prós:
Vizinhança informada: Ao comunicar a ausência, os vizinhos podem estar mais atentos e ajudar a monitorar a segurança da unidade.
Auxílio em emergências: Se algo inesperado acontecer, vizinhos conscientes podem agir mais prontamente para resolver problemas, como vazamentos ou situações de emergência.

Contras:
Exposição: Informar publicamente sua ausência pode expor sua unidade a possíveis riscos, como invasões, especialmente se a informação chegar a pessoas mal-intencionadas.
Confiança na comunidade: Depende da confiança nos vizinhos e da segurança geral do condomínio. Nem todos os condomínios têm um alto nível de confiança entre os moradores.

Não anunciar
Prós:
Discrição: Manter sua ausência em segredo pode reduzir o risco de possíveis invasões ou incidentes, já que pessoas desconhecidas não têm conhecimento da sua ausência.
Maior segurança percebida: A ausência de informações sobre a partida pode dissuadir possíveis invasores.

Contras:
Falta de monitoramento: Sem comunicar ausência, pode ser que ninguém esteja ciente para ajudar ou monitorar sua unidade, caso ocorra algo fora do comum.
Falta de apoio em emergências: Se algo acontecer, como um vazamento de água, a falta de comunicação pode atrasar a resposta para resolver o problema.

Segundo Borges, isto quer dizer que a decisão de anunciar ou não férias ao condomínio depende da dinâmica da comunidade, do nível de confiança entre os vizinhos, e, também, da própria avaliação de segurança. "Algumas pessoas preferem comunicar para obter apoio e monitoramento, enquanto outras optam pela discrição para minimizar os riscos percebidos. Se decidir comunicar, pode ser uma boa ideia informar seletivamente a um vizinho ou ao síndico, mantendo uma rede confiável de apoio durante sua ausência", considera.

Para ele, postagens exageradas nas redes sociais ou em outros meios, demonstrando ausência por um longo período, são um risco para a segurança da residência durante as férias. "Expor informações sensíveis é oferecer oportunidades a pessoas mal-intencionadas, aumentando o risco de roubo ou invasão", conclui Borges.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895