De família de Bombeiros e morador de Ijuí: quem é o mais jovem guarda-vidas do RS neste verão

De família de Bombeiros e morador de Ijuí: quem é o mais jovem guarda-vidas do RS neste verão

Gabriel Quadros Agnoletto tem 24 anos e atua no município de Arroio do Sal

Felipe Faleiro

Gabriel Quadros Agnoletto, 24 anos Guarda-Vidas Militar mais jovem.

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Quem vê o soldado Gabriel Quadros Agnoletto, 24 anos, do alto da guarita 26, no Balneário Atlântico, ou, eventualmente, na 23, em Arroio Seco, ambos no município de Arroio do Sal, pode não imaginar que está visualizando o mais jovem entre os 1.027 profissionais que atualmente atuam na Operação Verão nesta temporada, segundo o Corpo de Bombeiros Militar do RS (CBMRS). Natural de Ijuí, nas Missões, o ainda garoto vê com grande responsabilidade a função, que requer grandes doses de adrenalina, reflexos rápidos, olhar clínico para as condições do mar e um grande senso de comunidade. De porte esguio, postura firme e um fino bigode no rosto, Agnoletto é membro do pelotão do CBMRS em Panambi, município vizinho a Ijuí. Seu tio, de mesmo sobrenome, também foi tenente da corporação e guarda-vidas, portanto, o caminho do jovem até chegar à função foi natural. “Sempre me identifiquei bastante com a água”, relatou. “A partir do que eu vi que seria possível ingressar como guarda-vidas, não pensei duas vezes. Era o que eu queria fazer”. Em 2017, ele conta que prestou concurso para os Bombeiros, e, na temporada de verão de 2018/2019, teve sua primeira experiência, mas como guarda-vidas civil, ainda com 18 anos. Chamado para a corporação militar em 2022, Agnoletto prestou o treinamento obrigatório e, na atual temporada, passou a integrar o time de guarda-vidas do CBMRS. Mesmo sendo tão jovem, ele percebe haver a necessidade da imposição de respeito na costa. Por isso, realiza alertas aos banhistas sobre eventuais abusos e atitudes incorretas como um perfeito veterano. “Temos que impor conforme o necessário, afinal, somos a segurança da praia. Claro, com todo respeito, tentamos explicar o porquê determinada ação não deve ser feita. Mas vamos conversando, sempre tratando os banhistas com maior respeito. Antes de salvarmos, precisamos prevenir, até, por isso, o nome mudou de salva-vidas para guarda-vidas”, observou ele, acrescentando ainda não ter feito salvamentos de forma extrema, mas já ter participado de resgates. Sem nenhuma demonstração do peso de ser o mais novo entre os profissionais da função no estado, Agnoletto conta que, às vezes, é alvo de brincadeiras por parte dos veteranos, mas sempre o clima é respeitoso e de troca mútua de experiências. Afinal, são meses que ele passa longe dos pais, avós, quatro irmãos e da namorada ijuienses, em razão da dedicação exclusiva à função pública, à qual vê com orgulho e honra. “Dá uma saudade do pessoal, mas faz parte do trabalho, que vejo com muita honra, afinal, estamos lidando com vidas. Nosso litoral é bastante movimentado, então nada mais justo do que haver a segurança necessária para os banhistas aproveitarem seu lazer”, afirmou.

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895