Dia da Inclusão é atração no calçadão de Tramandaí

Dia da Inclusão é atração no calçadão de Tramandaí

Projeto tem como objetivo tornar as atividades de praia inclusivas a todos

Chico Izidro

Tramandaí recebe o projeto conhecido como o Dia da Inclusão

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Neste último final de semana aconteceu no calçadão de Tramandaí o "Dia da Inclusão". O projeto teve como objetivo tornar as atividades de praia inclusivas a todos, principalmente para quem tem algum tipo de deficiência. Dentre as ações realizadas, houve oficina de surf adaptado, banhos de mar acessíveis com cadeiras anfíbias, demonstração e jogo do esporte paralímpico do vôlei sentado, passeios em bicicletas adaptadas, circuito de obstáculos em cadeiras de rodas e playground adaptado e inclusivo para crianças.

Rodrigo Falkoski tem 18 anos, tem paralisia cerebral e mora em Sapiranga. Ele foi levado pelos pais para participar das atividades e estava muito feliz com a oportunidade. "Gosto muito de praticar esportes, e em muitos lugares em que vou, as pessoas com deficiência não tem acesso a muitas coisas. E aqui a gente pode participar, se sentir parte de alguma coisa", afirmou o garoto, estudante do terceiro ano do ensino fundamental em sua cidade. "Hoje já tomei banho de mar, passeei de bicicleta e brinquei no giro-giro adaptado. E ainda quero mais", garantiu, mostrando um olhar doce. 

Por sua vez, Alessandra Bach de Ávila, moradora de São Leopoldo, decidiu levar o sobrinho Heitor, de 8 anos, que não possui nenhuma deficiência, para o evento. "Eu trouxe o Heitor para as atividades com o objetivo de mostrar a ele as dificuldades por que passam as pessoas com alguma deficiência. Para ele entender que todos devem ser tratados de forma igual, sem preconceitos", afirmou. "As pessoas não se dão conta de como o país é difícil para muita gente. Ainda temos um grande caminho a percorrer em questões como acessibilidade. Hoje o Heitor está aprendendo a linguagem dos sinais, e também sentindo as sensações de uma pessoa deficiente", disse Alessandra.

Heitor contou que o que mais o espantou foi quando teve colocada uma venda nos olhos, para sentir como é ser um deficiente visual. "Eu senti medo, a dificuldade de caminhar sem ver nada", testemunhou ele, depois de andar no tapete sensorial – ele tem como objetivo estimular o tato. Passo a passo, a pessoa vai experimentando diferentes texturas, materiais e formas. "Temos de nos colocar no lugar dos outros. Ter esta empatia com os nossos semelhantes", concluiu Alessandra. 


Correio do Povo
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