Diminui o número de queimadura por águas-vivas no Litoral Sul do RS

Diminui o número de queimadura por águas-vivas no Litoral Sul do RS

A maioria dos casos ocorreu na Praia do Cassino, em Rio Grande. Mesmo com o número baixo é necessário que os banhistas tenham atenção, principalmente em dias de temperaturas altas

Angélica Silveira

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Quando o calor se torna mais intenso, como o previsto para este final de semana, as águas- vivas começam a aparecer nas águas do mar. Por este motivo veranistas e visitantes das praias devem ter muito cuidado ao entrar na água. Somente no litoral sul, desde 16 de dezembro, quando começaram a ser divulgados os relatórios da operação verão do Corpo do Bombeiros, foram registrados 368 casos de queimaduras por água viva. Desses, 316 ocorreram na praia do Cassino, em Rio Grande, três na praia do Mar Grosso, em São José do Norte, 22 em Tavares, 20 no Hermenegildo em Santa Vitória do Palmar e 7 na Barra do Chuí.

Se compararmos os números até o dia 1º, em relação ao último verão o número de queimaduras por água viva é menor. As ocorrências registradas até 1º de janeiro de 2023 chegavam a 598, já até o primeiro dia deste ano o número chega a 300. Para o Comandante da 3a companhia guarda vidas especial do 3° Batalhão de Bombeiros Militar e Capitão do Quadro de Oficiais do Estado Maior Marcelo Saouaya, o aparecimento envolve questões marinhas e biológicas. “Sabemos que elas vêm por conta das águas mais quentes, que tornam o ambiente mais propício para reprodução e alimentação. Às vezes elas aparecem no início da temporada, às vezes no final. Ano passado o auge foi no final de janeiro”, lembra. Somente em 23 de janeiro, uma segunda-feira, foram registrados dois mil casos na praia do Cassino. “Neste ano, até o momento, elas não apareceram em número expressivo, mas seguimos monitorando diariamente através dos nossos dados estatísticos”, garante .

Saouaya orienta que as pessoas procurem tomar banho de mar em locais onde tenham guarda-vidas presentes. Ele observa que a bandeira roxa é utilizada para indicar a presença de animais marinhos no ambiente. “Geralmente esta bandeira é utilizada nos dias em que há muitas águas-vivas na água, mas pode também indicar a presença de outros animais”, observa.

Não há um método 100% garantido que evite a queimadura no contato com a água- viva. Uma sugestão para evitar que isto ocorra é se proteger utilizando roupas grossas (estilo Neo Prene, usada por surfistas). “Há também produtos que agem como minimizador dos efeitos, uma espécie de protetor químico, mas eles não são muito populares. Caso ocorra a queimadura, o banhista deve imediatamente sair do mar e procurar um guarda-vidas”, ensina.

É necessário lavar o local com água do mar para remover os tentáculos que ainda estão grudados na pele e banhar a região com vinagre em abundância. “Não utilize água doce, urina ou gelo diretamente no local e nem esfregue a região atacada, para evitar que o veneno ainda nos tentáculos penetre na pele. Em caso de alergia, chame o atendimento de urgência ou se dirija a um hospital, sempre evitando tocar no local para não espalhar mais a toxina”, completa.


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